Terça-feira, 31.05.11

Abraço a Palavra


Ruth Berta Boane - Tete

Como o vento abraça o mar
Conjugo os verbos brutalmente
Devoro um livro e fico sem ar
Cuspo as palavras eloquentemente.

Ai, ai, ai! Sou pela poesia enjectada
Yewé! As palavras são drogas que fazem
De mim uma mulher casada.
                             
Casada sou com a poesia
Consumida sou pelas palavras
Louca sou pela arte de escrever
Ah! Quem me dera essa poesia dizer!

O meu sangue já está consumido
Ele já está consumido...
Mamanôôôôôôô...
Mamanôôôôôôô....
O meu sangue está consumido...

Sou eu mutante de sangue literário!
Sou pelas palavras abusada sexo-eticamente.
publicado por Revista Literatas às 02:17 | link | comentar
Sábado, 28.05.11

*.*.* ''Quero Ser Uma Flor'' .*.*.*


Alexandra Dagmar – Tete

Oh, se eu fosse uma Flor
Carismatica flor seria eu…
Encharcada de amor,
Em contra partida, repleta de dor…
Pelas minhas proprias espinhas,
Picar-me-ia.
Sem doh nem piedade,
Magoar-me-ia

Ah, que bela flor!!
Sem sombra de duvidas, de entre as mais rediantes
A mais bela Flor!!
Como bela flor que seria,
Contagiar-te-ia o meu calor…

Quisera eu ser uma flor,
Pudera eu, contentar-me de amor….
Diariamente, pela luz do sol iluminada.
Por benevolentes chuvas,
De inverno a verão, regada.

Quero ser uma flor!!!
Eternamente abeçoada….
publicado por Revista Literatas às 03:58 | link | comentar
Terça-feira, 24.05.11

“Eu sou um petiz igual aos outros”

Ivan Gujamo - Tete

Um petiz como eu
Uma criança igual a mim
É sempre uma esperança
Seja bem cuidada ou não, é uma esperança

Vagueio pelas ruas de costas e ancas nuas
Destemido das vaias ou apupos
Vou pedinchando, esmolando o pouco possível
Desde o mais sensível até ao beneficiário de tudo possível

Ergo-me de pés juntos próximo ao semáforo...
Mas sobre os meus pés somente cai a cinza do cigarro
O vidro do carro eleva-se e o rosto do proprietário oculta¬¬-se

Ai! Kero sim alguém que me escuta

Não aprendi o bê-á-bá pela deficiência económica
Por isso mesmo nem o meu nome sei gatafunhar
Queria quem me ajudasse a distinguir o certo do errado
O bom do ruim, o esquerdo do direito e o alto do baixo

Eu sou um petiz igual aos outros
Mereço paz, amor e carinho
Alguém por favor, tire-me desse sarilho

Não tenho abrigo, nem tecto
Sou um todo de mau aspecto
Nas noites não tenho cobertor
Oh! Jesus meu redentor....
Nas noites solto gemidos e estremeço convulsivamente
Ah! Sinceramente.......

Eu sou um petiz igual aos outros
Eu quero, é de comer
Eu quero, é aprender
Eu quero, é de vestir

Eu quero mais, conhecer os meus direitos e os meus deveres
Eu quero ter a protecção contra a violência
Eu quero como as outras crianças....
Fechar os dedos e fazer o punho...
Cantar, saltitar e gritar... Vinha o 1 de Junho
publicado por Revista Literatas às 10:13 | link | comentar | ver comentários (1)
Segunda-feira, 16.05.11

O choro das almas


Nonia Issac – Songo – em Tete

Ainda em choque com a morte,


Cantam o choro,


No além do mundo que não conhece





O choro de estar perdido.


Sem a Maria sua amada


Sem a sua casa,


Sem o café da manha


Ao raiar do dia.

Não conheço esse mundo…
Onde esta a Clara minha filha,
Minha princesa?

Esse silêncio,
Assustador me assombra,
Esse mundo, não meu….
publicado por Revista Literatas às 04:43 | link | comentar
Sexta-feira, 06.05.11

Desapaixonei-me


                     

                               De: Ruth Boana – em Tete

                              Dizes tu que desapaziguei a tua vida
                              Era obsessão, era obsessão!
                              Ter que olhar todos dias para ti era aprazível
                              Ter que comportar-me como poetisa era impressionante
                              Sei que adoravas ouvir doces versos dessa alma apaixonada.

                              O que passou, passou...
                              O que voou, voou...
                              Agora dizes tu que da paz te tirei
                              Que o teu olhar apaixonei
                              E que não mais te quero.
                        
                               Desculpa, não mais te venero!

                               Não me quiseste valorizar
                               Deixaste-me na solidão quando mais precisei
                               Dizes que para me amares te pressionei
                               E que na dor te deixei.

                              Não mais te quero
                              Sinceramente, por ti desapaixonei-me!
tags: ,
publicado por Revista Literatas às 05:33 | link | comentar | ver comentários (4)
Quinta-feira, 05.05.11

GUERRILHEIRO

De: Nonia Issac - Songo - em Tete

Samora!
Homem lutador
Defensor da sua pátria,
Incansável,
lutou
Fecundando o amor pela pátria

Ó pátria amada,
Terra de exílio,
Terra de sangue vivo.
Noites de ventos,
Frias e assombrosas,
Enfrento por ti pátria

Na solidão da caminhada
O silêncio da mata
Dura marcha.

Coração de patriota
Ainda manchado de sangue
“Rebelde” luta com fervor

Vitória conquistou…

Agora homens livres,
O sabor das lágrimas amargas esqueceram
Angustia já não mas queremos.
Paz, amor, alegria para sempre almejamos.
tags: ,
publicado por Revista Literatas às 04:36 | link | comentar | ver comentários (2)
Quarta-feira, 04.05.11

POETAS

De: Nonia Issac – Songo- em Tete

Connosco poesia,
Vigilantes do nosso amor.

Censurados como não
Aqui estamos,
Resistimos, por aquilo que amamos.

Serenos, murmuramos:
Dizer, Fazer e Sentir a Literatura
Navegamos nela
A poesia
Nosso amante.

Serenamente palavreamos
Inesperadamente esculpimos palavras
Essa é a nossa arte
tags: ,
publicado por Revista Literatas às 04:58 | link | comentar

A Revista Literatas

é um projeto:

 

Associação Movimento Literário Kuphaluxa

 

Dizer, fazer e sentir 

a Literatura

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