Pedro Du Bois - Brasil
Obsequio o soneto:
digo em versos,
o muro erguido em tijolos diversos
guarda espaços inatingíveis, empilha
frutos ao relento. Recubro o soneto em ventos
soprados na expressão do verbo. Realizo
em sons o tormento do mar sobre as pedras.
Sobre as pedras ergo o muro: tijolo
resultante do cozimento do barro; início
cristalizado separa mundos: declamo
obsequioso o soneto. Silencio
paredes e portas em adjetivos.
Pedro Du Bois - Brasil
Recobro a razão aos tantos anos
deixo de lado o esbulho
trabalhoso dos horários
e me solto em meses
antes naufragados.
Retorno ao horizonte
observável das promessas.
Abdico do direito
de ser a sociedade
concentrada em gestos.
Palmilho espaços descompassados
e me aproprio do caminho.
Devolvo cada pedra ao desenho anterior.
Pedro Du Bois - Itapema