Quarta-feira, 20.04.11

Albas


De: Jorge de Oliveira – O País


(Maputo) - Sebastião Alba, poeta moçambicano, dá, neste livro, uma autêntica lição de vida, intelectualidade, grande erudição e atenção à sabedoria que acompanha os humanos. O que é este “Albas”? É um diário de vida, notas que o SA foi escrevendo, dia-a-dia, acompanhando e criticando a vida como uma forma de evitar a morte, depois da experiência amarga por que passou numa instituição para dementes.

  1.  Um Homem completo, sem a parte material, já que, apesar da grande riqueza e domínio da consciência de vida, SA furtou-se à parte administrativa, seguiu, e isso vê-se neste diário, um regime de exclusão (da riqueza que não seja a meramente intelectual) social, vivendo só para si, sem relações humanas com o exterior.
  2. “A poesia não é só o domínio da língua, até porque ela é indomável. Mas a ternura pelos fracos: as crianças, as mulheres (tão vulneráveis), os velhos já senis. E os pobres animais bravios. Às vezes acordo, às quatro da manhã, a pensar em pardais nos ramos, com o bico sob a asa, fustigados pela chuva, à espera de que o sol raie.”
  3. Custa acreditar que existam pessoas assim (ainda existem? Talvez não), que vejam o mundo ao contrário, que vivam a contra senso, onde todos vão para a direita e eles acabam por ir no sentido oposto – uma espécie de negação da vida.
  4. Terá sido por opção própria ou por imposição das circunstâncias em seu redor? Estar-se-á perante um caso de culto da não vida? Do vício do à rasca? Hoje, faz-se tudo por dinheiro, perdeu-se a solidariedade, afundou-se o Muito Obrigado, elevou-se o Quanto é, a sobrevivência de um implica matar a do outro, os direitos de um não terminam onde começam o do outro (como se diz), começam em cima do outro.
  5. “Nos últimos 30 anos, já 30 tipos disseram que eu não sou um mau escriba; outros 30 que sou um bom sacana; 30 crianças agradeceram-me, com um beijo, as guloseimas; 30 outras esqueceram-se disso; pelo menos 30 pessoas murmuraram à minha passagem; 30 abraçaram-me com afecto; 30 pegaram-me furiosamente pela gola da camisa; e 30 deram-me um jeito com os dedos para que eu não fizesse má figura, ali onde estavam”.
  6. A música clássica reclama um lugar interessante neste “Albas”, fazendo companhia a um cidadão solitário, cheio de dignidade, muito culto, vazio de afecto. O diário, falado na primeira pessoa, doutro modo não seria de esperar, situa-se entre Moçambique, terra que o acolheu, e Portugal, onde passou os seus últimos dias.
  7. “Meu pai morreu; o Virgílio Ferreira também. Nenhum deles estará no mesmo substrato da memória dos homens. Mas queria falar de outra coisa, desta juventude. Quanto mais convivo com ela, em viagem, nos lugares por onde passo (e são muitos), menos acredito naquilo por que, alguns de nós, lutaram: ajudá-la a pensar.”
  8. Tem-se de (quase) tudo, nestas notas, a morte de Samora Machel, num desabafo à viúva, as esmolas que pediu, os polícias que o importunavam ou os guardas que não o deixavam dormir em locais que ele achava poderem servir de aconchego nocturno.
  9. E é também uma obra de amor, que o autor sente pelas filhas, por Che Guevara, seu ídolo, e ódio, sempre que vê uma asneira, uma situação em que a deselegância empurra os Bons Modos para o lado.
  10. “Nunca nos apercebemos dos acontecimentos mais solenes. Qual de nós se lembra de ter nascido? Qual de nós se recorda do momento exacto em que adormece? (e morre, às vezes, durante o sono)? Ou se apercebe, quando faz amor, de ter gerado um filho? A sombra do Universo recobre-nos, e ainda bem. A morte, não tenho qualquer dúvida, virá assim: com um leve suspiro exalado.”
  11. Existe um ponto da sabedoria que nos faz muito mal; quando se sabe muito, critica-se tudo e todos, não se consegue lugar nem pessoas com quem viver, a impaciência triunfa e rebolamos para um abismo onde a vida em comunidade se torna impossível. Saber muito torna-se uma espécie de veneno ou de feitiço que se vira contra o detentor, torna-o praticamente irracional, acabando por levá-lo à morte.

publicado por Revista Literatas às 04:20 | link | comentar
Sábado, 09.04.11

Xingondo

De Jorge Oliveira – O País

(Maputo) - Estas crónicas, escritas semana a semana, nada ficam a dever a outros textos preparados com mais tempo, com mais amadurecimento, com mais gestação
Depois de vários meses, e talvez até anos, sem se encontrar um livro que faça rir em grande plano e provoque uma gargalhada sonora, o cruzamento com “Xingondo” pode ser uma agradável surpresa, uma prova de que alguns livros são um bom motivo de relaxamento e podem proporcionar alguns momentos de lazer.
Daniel da Costa (DC), formado em Relações Internacionais, professor de língua portuguesa, consultor, cronista, e agora dedicado à comercialização de produtos pesqueiros, num retiro fora de Maputo (em Tete concretamente), mostra, nesta colectânea de crónicas, que é um homem decidido, trocou a disponibilidade de tempo, saiu dos escritórios para o terreno, e está atento aos fenómenos. Fixa tudo o que vê e tem sempre uma interpretação para o que lhe rodeia.
“Num abrir e fechar de olhos, estava na baixa de Lourenço Marques. Aliás, Maputo. A rua estava lá, mas não o nome. Mudara para Bagamoio. As amigas da noite estavam lá, mas não Sofia. Para o investidor dava o mesmo. O importante era voltar a viver um esfreganço tropical com ilusórios sussurros à maneira dos filmes eróticos da pior categoria”.
Por vezes, pensa-se que a resolução dos problemas passa por decisões e atitudes ligadas às questões macro, ao geral, ao grande, esquece-se que a vida poderia ser muito melhorada se se vencesse nas pequenas coisas. DC trabalha muito os pormenores, a sua relação com o guarda, empregada doméstica, os filhos, o motorista da empresa, ou o homem apanhado na rua do pecado. Esses detalhes muitas vezes trazem o espelho do que é a tal vida macro, geral, e mostram que muitas soluções de questões pequenas podem reflectir-se na melhoria da vida de cada cidadão.
“Abramos o jogo: queremos crescer economicamente, trabalhando menos? Haverá fórmula para o desenvolvimento sem trabalho árduo? Será que ajuda contagiar com o descanso à segunda, caso o feriado calhe num sábado ou domingo? Ou aquela da tolerância de ponto no dia de chegada, quando o dirigente máximo vai de visita à província?”.
Estas crónicas, escritas semana a semana, nada ficam a dever a outros textos preparados com mais tempo, com mais amadurecimento, com mais gestação; o autor trata a língua de forma erudita e isso facilita-lhe a escrita, não deixando que a pressa lhe ameace a perfeição. Os comentários de DC, relativos à produtividade, ao esforço, e ao trabalho como factor de desenvolvimento, são feitos com serenidade.
“Como consequência, a localidade vai de bicicleta à sede do distrito procurar saber, sem êxito, o que é que se vai comemorar. O distrito vai à sede da província fazer o mesmo também sem êxito. A província vai aos órgãos centrais. Resultado: temos muitas datas, mas não se sabe de onde vêm exactamente”.
Quem conhece o autor sabe que o seu feitio é esse, criticar com suavidade, com riso, com astúcia. A referência que faz a crescer economicamente mais, trabalhando, menos parece acertada e leva a outros campos de interpretação. Por exemplo, há décadas, quando a HCB foi construída não existiam as ONG que, hoje, em nome do meio ambiente, estrebucham por tudo e por nada e acabam até por inviabilizar a construção de factores de desenvolvimento. Volvidos todos estes anos, nada indica que tenham havido danos de gravidade tal que indiquem que talvez tivesse sido melhor não construir a barragem.
As pontes e pontecas todas que foram construídas, em tempos que já lá vão, são actualmente um factor de desenvolvimento e ajuda às nossas populações, mas… nunca ficaram (nessa altura) reféns dos consultores, das consultorias, dos estudos, das vantagens e desvantagens, dos pontos fortes e fracos, e dos impactos todos, conhecidos e desconhecidos. Parece que o que se pretende é mostrar serviço, muitas vezes encurralando o desenvolvimento em troca de dólares que mais beneficiam os papagaios, que fazem o seu nas televisões, do que o povo. Quer-se construir uma ponte, falam, quer-se fazer uma barraca, falam, quer-se fazer uma barragem, falam. Há 30, 40, 50... anos não havia ambiente? Havia esse barulho todo?
“O homem estava um pouco mais sério do que era hábito. Deliberadamente, colocara-se num sítio mal iluminado e eu só lhe adivinhava a silhueta. Lembrei-me nesse instante que não tinha ouvido o ruído que a arma soltava, quando Cangolongondo se punha em sentido para me saudar. Era um som forte, grosso e curto, similar ao tilintar abafado de pesadas moedas no bolso de um adolescente”.
É um livro bonito, com uma bela capa do artista plástico Gemuce, texto agradável, fácil e rápido de ler, onde não se critica com leviandade, mas mistura-se crítica, narração de pequenos episódios, alegria e consequências da realidade social em que vivemos (muitas vezes reflectida nos comportamentos inocentes das crianças).
publicado por Revista Literatas às 05:03 | link | comentar
Quarta-feira, 23.03.11

O suco da poesia “subjectiva” de José Inácio de Melo

Por Eduardo Quive



Nome novo? Não é o caso. Trata-se de um poeta brasileiro que se iguala ao seu nome: José Inácio Vieira de Melo. A sua poesia é subversiva, mas com certeza há quem pode achar o contrário, pois a subversão, tem mesmo disso: Pode ser perturbador, emocionante, convulsivo, ou simplesmente poético. De Melo é o exemplo que se pode citar na universalidade poética onde o leitor pode se achar, depois de muitas caminhadas. Quer a prova? Vamos dar uma volta na obra “a infância do centauro”, publicada em 2007.

Com mais de sete obras publicadas, participação em várias antologias e publicações da sua poesia em CD´s, José Inácio Vieira de Melo, poeta, jornalista, mestre em Literatura e produtor cultural, natural de Alagoas, vivendo, desde há muito tempo, na Bahia é uma referência na literatura Brasileira, não só pela quantidade de obras lançadas no mercado, mas pela eficácia dos seus escritos.
Falar de poesia deste lírico homem, seria nadar em “águas em movimento”, correndo o risco de dizer uma coisa e depois de seguida descobrir-se outra. A sua poesia está em movimento e pode nos tirar daqui para ali, sempre que nos entregarmos a ela.
Navegando na sua subjectividade, podemos encontrar várias configurações, desde ao jeito tradicional de fazer poesia em onde e o modernismo original da personificação dos sentimentos retratados.
Cá entre nós, em algum momento podemos o encontrar entre fanáticos do José Craveirinha, mas também, se esconde um bom Patraquim, coração patriótico, nas terras lusas, mas que do nosso povo não se esquece quando respira em versos.
Podemos encontrar não só os poetas moçambicanos mencionados, mas também localizá-lo noutros contistas, como Calane da Silva em “Gotas de Sol”, onde a palavra fala, tem voz, tem acção e transmite sentimentos.
No “a Infância do Centauro”, bem prefaciado por Ronaldo Correia de Brito, outro literato que tentou com supremacia achar palavras para descrever a eloquência das palavras de José Inácio de Melo “penso nos artistas que vivem o ofício da poesia e lembro de José Inácio. O escritor argentino Jorge Luís Borges afirma no seu Evangelho Apócrifo: a porta é a que escolhe, não o homem. José Inácio escolheu ser poeta”.  
São simples palavras que o descrevem longe de Moçambique, mas com a sua poética forma e escrita ladeado pelos continentes países e povos.
Na referida obra, são publicados no total 81 poemas distribuídos em sete capítulos, dos quais, 41 são inéditos e compõem as cinco sessões que formam a obra, os restantes 40 foram retirados doutras obras, nomeadamente, Códigos do Silêncio, publicado em 2000, Decifração de abismos de 2002 e a terceira romaria, publicado em 2005.
“Pode-se dizer então, que a infância do centauro é um livro inédito e ao mesmo tempo, uma antologia. Assim, trago aos leitores essa minha profissão de fé, que me conduz pela vida afora e convido-os a fazer uma viagem por esses mundos adentro”, diz o autor no interior do livro.

O primeiro e o último poema
- Centauro escarlate e rastros

Logo ao entrar na sua composição, José, mostra-nos o caminho que pretende percorrer, com um rumo traçado, mas portanto, não claramente identificado, com certeza algo propositado afim de que o leitor se encontre e emocione-se sem limitações nem alienações, possíveis.
“…e quando for noite alta
E os acordes de uma aquarela
Luzirem dentro de teu espírito,
Deixa o centauro que habita em ti
Galopar, galopar, galopar
E transcender a ti e as tuas explicações.

Há de existir um lugar
Onde os teus mistérios possam descansar
Assim, assinala o autor, simbolicamente as portas para entrar na sua viagem lírica, mas deixa claro, igualmente, que os próximos passos serão do leitor e a trajectória será emocionante.
Nestas estrofes não se localizam apenas a voz do poeta, mas a sensação do bom ritmo e expressividade poética que caracterizará com certeza toda a obra, mesmo os poemas que viajaram das obras anteriores para esta.
Por outro lado, fica marcada a exigência à observação do “um minuto de silêncio” em memória das almas que terão se perdido ao longo da viagem, a que nos submete “a Infância do Centauro”.
O poeta traz os segredos da poeira.
Em sua mão pulsa o nó do espanto:
Um sorriso bêbado de eternidade:
Um poema
Terminado o minuto de silêncio, podemos voltar a perguntar, quem é José Inácio Vieira de Melo?

publicado por Revista Literatas às 07:21 | link | comentar
Domingo, 20.02.11

“Recordações da vovô Marta” reveladas ao público

Por Eduardo Quive

Contadas pelas mãos da Lina Magaia, as “Recordações da vovô Marta” é um livro que resultou de uma conversa entre Marta Mbocota Guebuza e a autora num ambiente informal de troca de conhecimentos e recordações sobre um tempo que passou mas que a vida não levou.
Vovô Marta como orgulhosamente se assume, completa neste 2011, 100 anos de idade, e tal como garantiu o seu filho, Armando Emílio Guebuza, o Presidente da República de Moçambique, a sua lucidez continua inquestionável, aliás, nota-se isso pelas histórias que contou a Lina Magaia e esta, por sua vez, escreveu-as para outras gerações. Leia Mais...
A cerimónia de lançamento do livro “Recordações da vovô Marta” que contou com a presença do Presidente Guebuza e esposa, Maria da Luz, entre outras proeminentes figuras da vida política, económica e social do país, contou com uma especial apresentação de Nelson Saúte, que considera Marta Mbocota, a avô de todos e disse ainda “parabéns vovô Marta pela demanda pelo passado, pela vida e pelo futuro.”
Desde a sua infância passada quase toda ela em Maputo, o seu casamento, o nascimento dos filhos, a passagem por Nampula, o refúgio em Pessene, distrito da Moamba, entre outras memórias estão patentes nesta obra.
O pragmatismo e de generosidade, nascida em Chonguene, província de Gaza, a 11 de Setembro de 1911 e que, aos quatro anos de idade, órfã de pais, viu-se obrigada a viver  junto da família do tio, na então cidade de Lourenço Marques, mais concretamente em Ka Phulana (actual bairro da Polana Caniço).
Lina Magaia, por seu turno, confessou o gosto de conversar com as pessoas mais idosas e com elas percorrer, com olhos de ver, “os andares da sociedade moçambicana”.
Aliás, segundo referiu a escritora no acto do lançamento do livro, a sua vontade é produzir obras que narram histórias e vivências de pessoas mais antigas, sendo que, além da Vovó Marta, tem uma outra obra da Vovó Joana Tembe, mulher que em Janeiro passado completou 110 anos de idade.
Esta é a quarta obra de memórias editada pela JV Editores, sendo que as primeiras  relatam a história da luta de libertação nacional.
publicado por Revista Literatas às 06:43 | link | comentar
Terça-feira, 25.01.11

"Retornar com os pássaros": uma proposta ao alto nível literário

Por Pedro Maciel - em Brasil
Retirado da revista livros e letras



Na obra do escritor Pedro Maciel, "Retornar com os Pássaros", as palavras são exactas e precisas. Imersas em puro sentimento, a sensibilidade do autor faz com que o texto simplesmente flua, sem interrupções até mesmo para a própria respiração.
Na obra do escritor Pedro Maciel, "Retornar com os Pássaros", as palavras são exatas e precisas. Imersas em puro sentimento, a sensibilidade do autor faz com que o texto simplesmente flua, sem interrupções até mesmo para a própria respiração. A todo momento o pulsar da vida é rememorado de forma vívida.


O novo lançamento da editora LeYa apresenta ao leitor um livro único, que toca em sentimentos marginalizados nos dias de hoje. Em tempos de padronização de gostos em alta escala, o romance provoca a reflexão no leitor desorientado e instiga à escuta dos próprios desejos.
"Retornar com os Pássaros", ao longo de suas 176 páginas, aborda temas atuais e recorrentes, sobre os quais nem sempre se pode refletir. Por isso, ao discutir a beleza e o preciosismo do "tempo", o autor desconversa afirmando: "Quando me apresso, apresso-me lentamente". O tempo, aliás, está muito presente ao longo de toda a prosa: o assunto é desmembrado por Pedro Maciel em diversas formas e pontuações.
Do mesmo modo que a complexa discussão a respeito do passado, presente e futuro, as palavras do romance são recheadas de questionamentos, sempre em busca da noção da descoberta de si mesmo. O autor reflete: "O espelho esconde quem realmente somos, reflete ou define algo estranho a nós. Quem eu me vejo no espelho?"
Em total sintonia com o conteúdo, a diagramação original do livro também chama a atenção. O texto aparece no canto inferior esquerdo de cada página, valorizando o vazio e o branco deixados em cada capítulo da história. Outra curiosidade do livro é que os títulos de cada capítulo são frases selecionadas do capítulo anterior, o que reforça a ideia de continuidade e o valor profundo que uma sentença consegue despertar.
O título da obra, "Retornar com os Pássaros", reaparece no último texto, seguindo a ideia de todo o romance e fechando o ciclo de retorno após descobertas singulares em cada página lida.
Autor: Pedro Maciel
Sobre o Autor

PEDRO MACIEL é autor dos romances A Hora dos Náufragos (Ed. Bertrand Brasil, 2006) e Como deixei de ser Deus (Ed. Topbooks, 2009).
publicado por Revista Literatas às 09:06 | link | comentar

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