Terça-feira, 01.11.11

“Cidade de Quelimane está enterrada”

- escritor e psicólogo Élio Martins Mudender justifica o título da sua obra "A Cidade Subterrânea"


Por Eduardo Quive


“A Cidade Subterrânea”, título de um livro publicado há dias em Maputo, tem como palco a cidade Quelimane. Aliás, segundo o autor, Élio Martins Mudender, Quelimane é “A Cidade Subeterrânea” retratada nesta obra, que trás revelações sobre vários problemas sociais, pois, “há muitos problemas de desemprego, habitação, muitos quadros naturais de Quelimane querem regressar à cidade, mas não há condições, acabando por regressar à capital, ou rumam para outros cantos do País a procura de melhores condições de vida, que lá não é possível encontrar, e isto faz com que eu me refira a uma cidade que está enterrada”. Mudender que é também psicólogo e natural de Quelimane, alongou a sua viagem, revelou em exclusivo nesta entrevista que, não é ele a personagem principal do livro, como se pensa, mas que na sua literária abordagem, despe o que sente pelas terras que lhe viram a nascer. “Eram pessoas a reclamar por tudo e por nada. É a miséria de um povo. Isso é verdade. Quer dizer, sem comentários, porque é de facto uma verdade: há muita fome, há miséria, e isso cria muita dor e nostalgia que quando a pessoa chega lá, sente que de facto está mal. ”

 

Como é que surge o título “A Cidade Subterrânea”?

 

- É “A Cidade Subterrânea”, pois, na minha opinião a cidade de Quelimane está a viver uma situação que me leva a acreditar que está enterrada, no sentido em que muitas coisas que por lá acontecem, sujeitam-na a uma situação de pôr em causa o desenvolvimento da sociedade e do bem estar do povo zambeziano. Mas não só o povo desta região, é uma maneira metafórica de fazer uma apreciação sobre a situação duma cidade que está num nível de desenvolvimento muito péssimo, o que pode não ser só Quelimane, podemos encontrar a mesma situação em qualquer outra cidade no mundo.

Portanto, é uma metáfora para referir toda aquela cidade, todo aquele povo, que pela ironia do destino ou pelas condições sociopolíticas, culturais e toda essa dinâmica, faz com que o seu desenvolvimento esteja parado.

Se formos para a própria cidade de Quelimane, há muitos problemas de desemprego, habitação, muitos quadros querem regressar à cidade, mas não há condições, acabam voltando a capital ou rumam para outros cantos do País a procura de melhores condições de vida, que lá não é possível encontrar. Isto faz com que eu me refira a uma cidade que está enterrada.

 

publicado por Revista Literatas às 10:33 | link | comentar | ver comentários (2)
Quarta-feira, 12.10.11

Muitas todas Palavras

Carta de leitor sobre o livro “A Cidade Subterrânea” de Élio Mudender

 

Japone Arijuane - Maputo

 

 

“O meu grande sonho é libertar esta terra da boca dos predadores...

Elevar bem alto o nome de Moçam­bique.

Içar a bandeira e voar além-mar”

Pag.67, in “A cidade Subterrânea”: Élio M. Mudender

 

A Cidade Subterrânea é, sem dúvida alguma, um dos maiores livros lançado em Moçambique na era contemporânea. A irreverência subversiva de como são tratados os factos, fazem desta obra uma obra no sentido nobre da criatividade humana, este “Romance” consegue transmitir o sentimento de revolta no espinho da flor da pele, que certamente contagia o leitor: a rebelião frustrada, a oportunidade fracassada. Revela-se na construção do enredo, algo que até certo ponto põe em causa a questão do belo literário, mas que vai culminar com objectivo-mor do autor, denunciar os males e a corrupção da camada política (Frelimo) que rege as regras no espaço onde a narrativa decorre (Quelimane).

 

publicado por Revista Literatas às 15:24 | link | comentar

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