Sábado, 02.04.11

Beijo de Mulata¹

DE: Eduardo Quive - Maputo

Rumores corriam na minha boca, trancada pelos lábios que se molhavam aos lábios de uma menina que com migo fornicou.
Não beijara ninguém antes, aliás, soubera de alguém que Adão e Eva o fizeram, mas em forma de pecado, não era divino o fazer sem que Ele autorize - Dizem os divinos.

Ao mesmo que se passava uma tempestade de calotes, olhando atentamente na doçura que não sabia qual, sem que a aprovasse com os meus próprios aprovamentos.
O meu primeiro beijo…beijo de Mulata.
Era ela que vira aos meus sonhos. Que antes pensara que era de criancice, mas não era.
Era mais é, sonho dos pretos ao mesmo tempo, sabia-se que não se devia tocar na filha de cor branca, muito menos a dos Ferreiras.
Não se podia tocar, brincar, muito menos namorar as brancas “gostosas” namoradas por homens sexuados.
Ninguém. Menos eu. Embora não tenha conhecimento da historicidade das intrigas que em tempo desuniram a humanidade: homens e mulheres.
E era assim: apenas que se convivesse preto com preto. Contaram-me os antigos.
Mas não crescera com essas profecias. Aprendera que ninguém se podia  desigualar de alguém.
Todos éramos todos ou éramos ninguém.
Carla também era assim.
- Uma mulata misturada com negros?
- De onde é!!!?
- Nada de brincar com filhas de brancos!
Todos aconselhavam em jeito de ameaça.
Ninguém acostumara-se com uma branca que estivesse no meio de todos. Ninguém mesmo.
Nem eu me aproximara dela.
Mas Carla não era assim. Era uma branca com sangue de escravatura.
Que ninguém o duvidasse: estudava na escola de pretos pobres, que na maioria se apresentavam a escola esfarrapados e descalços; professores que batiam a todos, mesmo envermelhando a menina que se igualava à princesa Russa.
Não podia escapar do xibalo que os seus antepassados não tiveram.
Brincava com todos. Não se diferenciava dos Zé-ninguém nauseabundos.
Carla era como se fosse a escrava Isaura em si (escrava branca). Não desprezara nenhum preto se quer. Eu que o diga.
O problema mesmo… é que malta nós é que a tratávamos com uma deusice.
Todos os homens a desejavam.
Nenhum homem deixava de homem aos seus olhos.
Todos queríamos ser homens, incluindo a minha limitada masculinidade, que quando submetida a ambições sexuais se pode duvidar.
Era ela a Tchanaze, a donzela de Sena. Os homens se apaixonavam a cada passo que ela passava, as mulheres se enchiam de inveja ao seu vaguear pelas bandas e os defuntos, abandonavam as tumbas ao encontro da sua gostosice que fazia todos homens verter espermas pela boca.
Era ela a Xiluva em pessoa.
Não podia me desapaixonar dela.
Era ela.
Olhava para aquela mulher como se visse comida em tempo de fome, como se fosse àgua quando há sede.
A cada olho que olhava deixava de ser eu.
A queria como se de mim não quisesse mais.
Sentia-me amando aos 12.
Eu morreria logo que a tivesse, para não mais amar.
Carla também me queria, eu sei.
Carla olhava-me como se alguma coisa eu fosse, eu via.
Os olhos dela diziam-me e eu ouvia.
Nunca mais vi o olhar igual.
Vi a menina se contorcendo de desejos de me ter como se fosse o inferno a espera dos pecadores.
Como se fosse o cemitério a espera de defuntos.
Nunca vira o olhar igual na vida. Era apenas o da Carla.
Carla amava-me, eu sei.
Isso era tudo que não podia duvidar.
Carla me beijou e eu não podia me imaginar.
Nunca antes sentira gosto igual.
Na mesma hora, ela dizia também o mesmo. Eu sei.
Carla amava-me.
Beijara aquela boca em jeito de sangue nos anémicos.
E eu os queria como os homens que a uma prostituta se exaltam.
Carla me amou naquele beijo. Eu sei.
Era o Beijo da Mulata em um preto como eu.
Foi um e único que tivemos antes dela se ir.
Ela foi e eu fiquei…fiquei aqui.
Mas um dia voltaremos a nos desejar como nunca e a Mulata, me vai beijar de novo, como nunca o fizera com alguém.


¹- Beijo de Mulata: Também nome de uma planta medicinal

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Segunda-feira, 28.03.11

Meio-dia no Tunduro

Aspecto do Correto do Jardim Tunduro
Cruz Salazar - Maputo

O dispersamento se exaltava com o calor de Maputo. Rabiscam-se as mentes de gente que se povoa provisoriamente entre as matas do jardim Tunduro.

Eis o palco onde muitas acções se inspiram: o homem do verniz passa olhando os dedos das senhoras; os revendedores de recargas vagueiam à procura de clientes, estes que apresentam desinteresse e bolsos vazios. Não assobiam, apenas olham quando olhados e levantam as recargas perguntando: vodacom ou Mcel?

Estudantes também se exilam e compõem o provisório povoado.
São meio-dia e meia, na metade da labora, beneficiam-se também operários e trabalhadores dos monhés da Baixa.

Sentados, deitados de barriga, uns mesmo de costas viradas à frustração de não ter nada para enganar o estômago nessa hora. De olhos fechados fingem não ver o homem dos chouriços de porco, como se todos fossem muçulmanos, mas não é isso. É por falta de dinheiro. Justificam-se os corajosos.

Outros inventam outras discrições para não ouvir o homem dos leites frescos e quibons que não para de tocar a sirene, como se fosse polícia.
O estômago rói sem dó nem piedade, surge uma vontade de roer os dentes e de não olhar para alguns mulatos que comem pão com badjia. Irrita-me ouvir conversa de alguns casais que lembram-se, nos meus ouvidos, sufocando o calor, sede, fome e qualquer outra coisa com a sua astúcia indiscreta.

São treze. Enche o Tunduro. Mais homens sem opções aparecem.
Alguns folheiam páginas de papéis, outros com caneta na mão rectificam cálculos, mas há quem prefira manusear o celular, organizar as roupas para voltar a disputa de clientes na Guerra Popular.
Alguns vagueiam de um lado para outro: uns são repórteres da AIM (Agência de Informação de Moçambique) e outros da RM (Rádio Moçambique) lá de cima, uns são mesmo de baixo. Todos circulam. Esbarram-se entre amigos e alguns desconhecidos saúdam-se desconfiados de conhecidos.

Doutro lado os fotógrafos alimentam alguma esperança, se virá algum cliente! Mas só pode ser branco, nós negros não tiramos fotos com fome, nem as uma da tarde. Quando há muito sol ficamos mais feios e cheiramos mal. Assim não pode tirar foto.
Alguns amantes se beijam, ignorando todos olhares e enfrentando as horas, o calor e o silêncio que domina o espaço. Não meditam. Amam-se.

O sol aproxima-se dos bancos que rodeiam o correcto dos Msahos – timbilando a arte da escrita. Lembro-me do Calane da Silva e Gulamo Khan. Tempos que não vivi. Os Msahos que levavam qualquer um ao jardim para ouvir poesia aos últimos sábados de cada mês. Não vivera esse tempo. Bons foram esses tempos. O quanto foram bons!

De resto Tunduro é mato. É mato mesmo. Onde ficam muitos negros como se fossem selvagens. Ah! Brancos também já vão. Ah! Parecem selvagens também! Por que mato ficam animais selvagens, pois não!!?

No Tunduro habitam Mochos, lagartos e outros répteis. Mas de repente há gente que o habitam. Gente de todos níveis. De várias etnias. Chopi, changana, Nyungué, Nguni, Macondes e etc. Todos. Pretos, mulatos e brancos.

Gente da nossa terra ou não. Pobres ou ricos, mas fazedores de várias opiniões públicas, porque alguns microfones, de quando em vez abrem-se por ali.
Eu também me inspirei ali. No Tunduro, claro.
Matem o Tunduro para ver o que acontecerá ao meio-dia em Maputo.
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Quarta-feira, 23.03.11

Formula 1 Nas Estradas

De: Mauro Brito - Maputo

Já na cama buzinas me chamam. Pobre de mim; Calma ai! pobre dos que se encontram nos autocarros, eu ainda cá me salvo e os demais? Não são com amenos cantares dos passaros que me rasgo da cama, são buzinas, são pneus, motores avançando, vão e vem, voam e navegam; em fim.
Meto-me num dos chapas e lá vou, talvez ao céu ou à escola ou trabalho, muitos outros que aos assentos vão disfrutando dessas astronómicas velocidades com  qual os chapeiros andam, desejam  também chegar ao trabalho, à escola, etc: mas tal nem sempre lhes acontece, desviam-nas para as morgues e cimitérios. Que triste esse cenário. O que me entristece ainda mais é o  facto de sermos considerados pelos chapeiros como animais, mercadorias, inuteis; apenas simples fardos de carga, ora vejamos: Um autocarro com 29 lugares, acabam levando 50 a 60 passageiros nas suas andanças, e na maior das inocências.
Pobre das nossas almas que são violadas pelos nossos próprios irmãos, que triste; queremos chegar a casa mais cedo, fugir da noite, do frio da noite, da cacimba, do alvoroço e tornamo-nos refens dess corja que pilota autocarros de transporte de passageiros; próximo aos semaforos param ansiosos em acelerar as máquinas, a sinalização automática lhes atrapalha o negócio. Param bruscamente quase que pelas janelas são cuspidos os passageiros e ficam brincando com o acelerador e o  volante, como de grandes campeões de FORMULA 1 se tratassem, ( Filipe Massa, Lewis Hamilton, etc)
Quanto mais passageiros empilhados , mais lugar surge, até parece que os assentos são invisíveis. “ há espaço ai atrás , vamos lá pah,  quem não quer pode descer” diz o cobrador.  Ensardinhados, pisados, roubados, humilhados, abusados e num olhar impávido contra os passageiros vêm moedas de 5mt que lhes enche a algibeira a cada dia que passa, e cada dia que se vai são vidas que se vão para outras vidas.
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Sexta-feira, 18.03.11

Defa, até quando?

De: David Bamo - Maputo

Desde há três anos que nunca nos vimos. Passam 36 meses que não fazemos amor. 1095 depois não mais beijei os seus carnudos lábios. O meu esperma não goteja pela margem vagina há muitos séculos. Passam horas e horas que não te faço atingir o orgasmo. O tempo passou. Eu fiquei sozinho. Como? Não sei. A verdade é que te foste embora com a minha alma. E eu fiquei sem nada!

Por estes anos tentei trocar te por uma outra vida, mas saiba Defa, mulheres como tu só existem em terras onde a rainha é a Deusa do Prazer. Nas noites os meus dentes ficavam fora, a minha língua produzia litros e litros de saliva, a minha coluna tornara-se uma mola eléctrica de tanto prazer que me proporcionavas.
Sabes! A minha maior felicidade era tirar as tuas roupas íntimas. Não imaginas o trauma que tenho por não invadir a tua calcinha preta. Tu eras o meu vinho. Eu me embriagava com o seu jeito de me dar.

Pena que tudo acabou. Nem prazer. Nem sua beleza tenho. Agora me resta a eterna saudade. Vivo respirando dor. Dor de saudade, muita saudade. A minha refeição agora é a mágoa que deixaste em mim.

Tantas vezes te disse que um dia me abandonarias, mas tu nunca acreditaste. Hoje, onde quer que estejas, estás consciente desta verdade que um dia te disse. O meu pénis perdeu o sentido erecto. Vivo sonhando e fazendo punheta em sua homenagem. Isto chama-se viver pela saudade. Suportar recordações. Suportar vontades. Atormentado a angústia. Aliás tudo isto me persegue desde há três anos.

O “brother” Tony, seu irmão mais novo, tem me contado sobre a sua vida de casada. Ele diz que es a mulher mais feliz do mundo, que encontraste o seu príncipe encantado. Trata-se de um homem que toda sua família sempre sonhou em tê-lo como genro, não um jovem magro e sonhador como eu, claro!
Defa, tu deves não imaginar a raiva com que isso me enche. Engolir verdades que sempre evitei. Pois tu sempre amaste “tipos” rebeldes, e esse “gajo” que mergulha entre as tuas pernas tem uma fama alheia. Dizem que ele come mulher. Ou melhor mastiga donzelas. Entretanto, percebo que a tua pureza de mulher fora ofuscada com o super pau desse “marmanjo” que eu desprezo, e mais, tenho raiva desse bicho!

Sem sul, nem norte. Ninguém afoga as minhas tristezas, as lágrimas que caem pelo meu rosto não tem quem as enxugar. Ninguém abre o seu ouvido para este homem pobre, louco de amor, só posso vaguear pelas ruas do mundo.

Estou ciente que não voltas mais para casa. O seu destino é o caixão e será para breve, pois ainda ontem, o Tony disse me que o seu estágio de seroprevalência está avançado. Defa, terás coragem mesmo de morrer e deixar o único homem que te amou de facto. Gostaria imenso de suplicar que não morresses sozinha, que me levasses consigo para onde tu fores, para que juntos fossemos julgados por não termos construído um lar de verdade. Onde os filhos admirariam os seus pais. Onde a força do amor superaria todas as tristezas.

Que pena Defa! Nós os dois não mais seremos nós dois. Esta folha tatuada por estas palavras de sangue, é dedicada às várias noites que passei a solto, pensando nas nossas almas. Estas letras de dor, consternação e ternura servem para te recordarem deste seu homem que vai terminar nos contentores da baixa, apanhando comida podre, ou então vai as ruas.
A loucura de não mais sentir o meu corpo junto ao meu seu não sossega as minhas ideias, sonho alto, na perspectiva de um dia ter te de volta, o que nunca vai acontecer. Separados para sempre, até um dia se o senhor das barbas assim o desejar.
São 20:31 deixe me ir ver a minha sobrinha Mimi.
publicado por Revista Literatas às 06:55 | link | comentar
Segunda-feira, 31.01.11

Esta madrugada foi diferente!

De: David Bamo - Maputo

É madrugada. Estou na cama. O meu corpo reposa. O pensamento está cada vez mais longe de mim. A minha alma flutua. Eu já não me sinto sozinho. A minha mente cria a sua imagem. As paredes gritam o seu nome. O meu quarto foi perfumado pelo gitou da saudade. Uma saudade com tamanho do oceano. Que ultrapassa o mar. É madrugda. Estou na cama. É madrugada e vou vertendo lágrimas de sangue por viver sozinho...

Sem a sua companhia a minha vida ganhou um sabor venenoso. Sem os seus doces beijo. Sem poder enfiar-me em si como me sentirei homem. O seu corpo já não me pertence. É madrugada. Queria muito fazer amor contigo. A solidão me alcança. Não consigo fingir que estou a acabar aos poucos. Os cegos já notam que o mundo já não me pertence.

Em mim só restou um corpo vadio que circula por estas terras. A minha alma foi engolida pela saudade. Tomada pela solidão. Hoje eu respiro a mágoa. Hoje os meus versos só tem um sentio-a tua ausência. É madrugada. Estou com muitas saudades. Saudades de ser amado por ti.

Eternamente ndividado. Individado com a lucidez que vai me arrancar este faz de contas. As estamos que estamos a fazer amor. Mas quando desperto descubro que é tudo mentira. São imganes que o tempo foi tauando no meu coração. Que o tempo foi iventando na minha mente. Imagens que ninguém já mais apagará. O teu regresso é que poderá me devolver consciência. Ainda é madrugada.

Farto de escrever cartas que nunca leste e não será nesta encarnação que farás a minha desejada leitura. Pobre deste coração. Que de coração já não se trata. É mais um esqueleto deixado pela sua partida. Tu não acreditaste. Foste mulher.

Esta madrugada está um verdadeiro tormento. O medo me rodeia. Medo de acordar e ter a certeza que te perdí para sempre. Do nada vejo o seu olhar me transmitindo confiança para o fututro. Do nada sinto o calor dos seus lábios junto aos meus. Do nada faço amor consigo e até ejaculo. É madrugada. Vou me mastrubando pela força da vontade.

A falta do seu amor virou doença. Eu vivo enganado pela esperança. Uma esperança que só aumenta a minha loucura. Eu não quero acordar. Esta madrugada deve continuar. Eu quero morrer de saudade. E será nesta madrugada. Eu tenho medo do que pode acontecer se eu acordar. Eu não quero contar as ruas. Eu quero partir contigo nesta madrugada.

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publicado por Revista Literatas às 23:40 | link | comentar
Sábado, 29.01.11

Alma dos deuses

De: Cruz Salazar-Maputo

Entre a vida e a morte não se pode ter uma opção

Se alguém me perguntar se quero viver ou morrer, não me dignarei a responde-lo, justamente para não correr risco de fazer uma escolha errada.
Não que não saiba o que quero, mas porque ninguém sabe qual é o dia da sua morte ou mesmo, porquanto tempo vai viver.
Absurdo não é!!?
Pois é, este é o mal dos homens: Acham-se homonipotentes e criadores de si mesmos.
Esquecem que a vida é propriedade de Deus?
Quem sabe assim podemos reduzir a falta de humanismo entre os homens.
Matamo-nos como se fôssemos nós os juízes da vida,
Caçamo-nos como se estivéssemos nos tempos dos australopitecos.
Nos escravizamos como se a vida fosse uma esfera de aço.
Na verdade, este é o meu sentimento, quanto aquilo que vejo no meu quotidiano.
Tamanha falta de vergonha dos políticos, inconsciência dos loucos, Cobardia do povo, avareza dos ricos e cumplicidade dos pobres.
Na verdade, estamos a rastejar na lâmina e agulha.
Nós não parecemos o Judas, as vezes, chego a pensar que somos “o Cu do Judas”, referido na obra de António Nunes (leiam).

Eu não disse nada.
publicado por Revista Literatas às 02:51 | link | comentar
Quarta-feira, 26.01.11

Mulheres da vida

De: Cruz Salazar - Em Maputo
E mais beijos não dei!
Não dei mais os braços a nenhuma mulher,
Noites me passaram despercebido,
O coração delirou de saudades,
Perdi a pertença e o controlo da vida,
Pelas andâncias que ti procuram.
Despi-me do seu corpo nas mãos da distância que nos une
Onde estás Xiluva...
E hoje ti procuro...
Procuro-te no acaso da vida,
Aquela que ti esconde de mim com demasiado afinco,
Das noites de Maputo que ti tornaram mais mulher de mim,

Xiluva...por onde andas a estas horas!
Onde será que ti encontras, Xiluva...

Estas mãos que tocaram o seu corpo,
Estremecidas de vontade de nunca ti perder,
...hoje...
Nãos mais lembram-se da sua presença.
Os meus sonhos...
Os meus olhos,
As minhas lágrimas,
A minha voz...
Hoje, Xiluva...
Buscatam-te mais apaixonante que nunca.

Que dor infernal...
Me faz perder o fólego...
Por não ver-te ao meu lado durante muitas noites,
Os Nkaringanas que os kokwanes contavam-nos na lareira,
Hoje, Xiluva...você os ambandonou junto com migo

Os meus olhos ti olham com muita distância,
Vistam a sua imagem com infinita insatisfação da realidade que vives
Não quero acreditar que a noite de amor que tivemos,
Fora a única que ti tera como amante,
O meu peito chora de saudades,
Mas more de medo da eternidade que nos separará,
Venha ver-me na proxima noite!?

Deixa os Chopes e os Ngunes
Deixa os Xonas e Changanas,
Deixa os tugas e os brancos da avenida
Vem me ver Xiluva
Cruz Salazar é pseudónimo de Eduardo Quive
publicado por Revista Literatas às 02:44 | link | comentar

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