Obrigado a Poesia
De: Mauro Brito – Maputo
Deixei de ser eu, hoje sou um louco
Enlouqueci-me de palavras, perdi-me no mar de palavras
Não quero voltar a ser como era, quero ser um perdido de versos
Nessa vida de nhamssoro pressagiando com palavras
Na terra da poesia, há remédios para tudo
Há maravilhas por todos cantos
Na poesia não sou apenas eu, sou outros
Como makhulu curando feridas da vida
Na poesia vivo vida de outros, minuto ao minuto
Viajo por estradas e linhas-férreas
Vou por todos mundos e culturas
Rasgando todos véus que vestem nossas vidas
Poesiando sou aquele que não tem lugar
Sem conhecimento, resolvo todas equações possíveis
Quero ser essa palavra que te faz ser poesia
Cortina cobrindo minhas melancolias
Esse mar de ser muitos seres, vivos ou mortos
Pelo menos em ti encontro silêncio que e música
Água nascente do Lúrio, banhando meus devaneios
Aqui palavras são infinitas, não se medem a régua
Desculpe que com palavras não venço o que és
Palavras invadem-me e transformam-se em alegria