No bazar


Vicente Sitoe

Quatro, um Metical
Dois, cinquenta Centavos
Pagamento na hora
Não aceito cheques

Mangas verdes
Bananas covardes
Maçãs frescas
Pêras secas

Comprem frutas barratas
Alimentem-se com atas
Faz bem a saúde
e cura as doencas da idade

Comprem frutas
Frutas mortas
Frutas maduras
Das velhas fruteiras

Abacates desinfectadas
Levem todas
Me deêm dinheiro
Vender é o que quero

Para me alimentar
meu bebé amamentar
Para abandonar a ponte
instalar casa no horizonte

Não roubo, vendo
Sem qualidade, vendo
Com qualidade, vendo
Tudo vendo, tudo

Levo paciência comigo
O futuro será meu amigo
Sou vendedeira
igualmente lutadora

Laranjas novas
Novas uvas
Freguês, compre
e volte sempre...


PS.: Dedicado as nossas mamanas do mercado informal (dumba nengue).
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publicado por Revista Literatas às 08:44 | link