Sexta-feira, 30.09.11

Convite: Projecto "Poesia nas Acácias"

 

 

No âmbito das celebrações do dia da cidade de Maputo e de mais um aniversário do Movimento Literário Kuphaluxa, será realizado entre os dias 10 e 12 de Novembro do ano em curso, uma exposição de poesia denominada “Poesia nas Acácias” a ter lugar na cidade de Maputo. Assim, são convidados todos interessados a partipar do projecto, de acordo com as regras seguintes.

 

Objectivo

Constitui principal objectivo desta iniciativa, divulgar novos autores moçambicanos, promover o gosto pela leitura e levar a poesia a lugares comuns onde o povo possa ter acesso a ela sem custos.

 

Requisitos

Cada participante pode enviar no máximo três poemas (só um será seleccionado para exposição) da sua autoria que obedeçam os seguintes requisitos:

  • Poemas com um máximo de 8 versos
  • Poemas escritos na língua portuguesa

 

Participação

Todos os participantes o farão voluntariamente, sem direito a nenhuma remuneração. Neste projecto, só poderão participar apenas poetas iniciantes, sem nenhum livro publicado e não há restrição de idade nem nível académico.

Para a participação neste projecto são convidados todos escritores iniciantes de todas cidades do País.

 

 

Direitos autorais

A partir da altura em que os poemas são expostos, passam a ser de domínio público, sendo que, o entanto, o poema será exposto com a assinatura do autor.

 

Endereço do envio dos textos

Os poemas devem ser escritos no formato Word-2003, letra do tipo – Times New Roman, tamanho 12 e enviados electronicamente para o endereço: kuphaluxa@sapo.mz

 

Validade

Os poemas devem ser enviados a partir da data da divulgação deste convite até ao dia 23 de Outubro de 2011. Os textos enviados depois dessa data não merecerão a nossa atenção.

Os seleccionados, serão anunciados no blogue do Movimento Literário Kuphaluxa no endereço: http://kuphaluxa.blogspot.com e da revista Literatas: http://literatas.blogs.sapo.mz e ainda na versão electrónica da mesma até ao dia 01 de Novembro de 2011.

 

Casos omissos

Não serão aceites poemas que contem seguintes conteúdos e ambiguidades:

  • Ofensivas político-partidárias
  • Insultos ou outras expressões capazes de ferir as boas maneiras de convívio social
  • Descriminações raciais, religiosas, étnica, género entre outras

 

Recurso

As deliberações da comissão organizadora deste evento não terão direito a recurso.

 

A Comissão Organizadora

publicado por Revista Literatas às 14:34 | link | comentar | ver comentários (1)

ODE À AMÉRICA DO SUL

Jorge Tufic - Brasil                                          

 

 

Que o boné de Pablo Neruda

e a lágrima fluvial de Santos Chocano,

e o grito de Allende

(enquanto os fuzis do terror e do medo

repetiam o massacre da liberdade),

venham flocar este chão consagrado

por tantos modos e cantos diferentes,

oh América do Sul.

Os cravos de tuas noites mergulham

na plumagem das Cordilheiras,

e os ramos da paz que te ilumina

e o relincho das pedras que desenham

bisontes e tempestades,

pousam como fósseis alados

em tuas crinas de esmeralda.

De Santa Marta à Terra do Fogo

tuas espigas rebentam colares de jade

e cintilam nas máscaras de ouro

roubadas aos templos do sol

e às pirâmides da lua.

E ao sopro nativo da flauta

exilada entre colméias,

um tesouro de vasos, borboletas

e animais de uma fauna imaginária,

sacode o pó da argila e do granito

em suaves movimentos.

Atlantes e Laoccontes

vigiam tuas muralhas indormidas,

mas deixam livres as fronteiras do sonho.

 

publicado por Revista Literatas às 14:21 | link | comentar | ver comentários (2)
Sexta-feira, 23.09.11

Lurdes Breda: Apaixonada pelas palavras

Redacção Literatas

 

Na infância, qual foi o seu primeiro contacto marcante com a escrita?

 

Foi na escola, com a descoberta dos diversos textos literários e respectivos autores, assim como com a elaboração de composições: a aprendizagem do uso e do poder da palavra aliados à imaginação.

 

Que espaço os livros ocupam no seu dia-a-dia? A leitura, de alguma forma, influencia o seu trabalho e o seu quotidiano?

Os livros ocupam um papel de extrema importância na minha vida e a leitura é fundamental para a minha evolução e realização, que pessoal quer profissional, enquanto escritora.

 

O escritor peruano Mario Vargas Llosa certa vez disse o seguinte “a minha passagem pelo jornalismo foi fundamental como escritor”. Como porta-voz da sociedade você percebe na literatura ou no jornalismo uma função definida ou mesmo prática?

 

A literatura e o jornalismo, embora em paradigmas diferentes e cada qual utilizando metodologias próprias podem, por vezes, complementar-se. Dependendo do género literário e da forma como é trabalhado o jornalismo, pode existir, com certeza, uma função prática, sobretudo, neste último, uma vez que se deve pautar pela objectividade e rigor na informação. A literatura, no meu ponto de vista, tem uma função mais estética e subjectiva, embora mesmo através da literariedade se possa veicular determinadas mensagens mais ou menos práticas.

 

publicado por Revista Literatas às 17:26 | link | comentar

Relançado “Sangue Negro” de Noémia de Sousa

Na data em que a poetisa completaria 85 anos, 20 de Setembro de2011, aMarimbique reeditou “Sangue Negro” de Noémia de Sousa e proporciona-nos uma leve caminhada pelos corredores do tempo, ou melhor, da história, da revolta e da emoção.

 

Noémia de Sousa abraçado pelo Craveirinha

“Nossa voz ergue-se consciente e bárbara/ Sobre o branco egoísmo dos homens/ Sobre a indiferença assassina de todos”. Noémia de Sousa não poderia ter um interessante poema para dedicar a José Craveirinha, seu velho companheiro dos piqueniques que traçavam as linhas nacionalistas na última metade da década de 1950.

 

O poema “Nossa Voz”, que abre o livro “Sangue Negro”, lançado ontem em Maputo, na sua segunda edição – desta vez pela Marimbique – prepara-nos para um regresso à história, mas sem abandonar as fundamentais e humanas bases de actualidade que sempre compuseram Noémia de Sousa. Nelson Saúte, que assina o prefácio do livro, nunca escondeu esse profundo sentimento pela senhora que uma vez inspirada pelo spiritual ongs dos negros da América brandaria em versos “deixem passar meu povo”... Escrevíamos que Nelson Saúte nos prepara para esse regresso ao tempo que de que falávamos. Primeiro, ele assume-o ao postar a começar um conselho de José Craveirinha.

 

“Nelson: procura ser um fiel servo da memória de todos os tempos para que a tua voz se faça ouvir no teu tempo. E escuta com atenção o que te dizem as vozes de outras bocas, de outros mensageiros e as melodias de outras xipendonas. Então sentirás sobre os ombros o peso – o verdadeiro peso – de um genuíno legado, o legado do teu amanhã em que dirás com toda a humildade: ‘Sou um homem de ontem mas não me neguem um lugar de repouso nos céus do vosso Hoje.”

 

publicado por Revista Literatas às 17:17 | link | comentar | ver comentários (1)

Obséquio

Pedro Du Bois - Brasil

 

Obsequio o soneto:

digo em versos,

o muro erguido em tijolos diversos

guarda espaços inatingíveis, empilha

frutos ao relento. Recubro o soneto em ventos

soprados na expressão do verbo. Realizo

em sons o tormento do mar sobre as pedras.

Sobre as pedras ergo o muro: tijolo

resultante do cozimento do barro; início

cristalizado separa mundos: declamo

obsequioso o soneto. Silencio

paredes e portas em adjetivos.

publicado por Revista Literatas às 17:16 | link | comentar

Sangrar (e) sugar

Mukurruza - Lichinga

 

I

Estas mentes despidas;

Estas mentes desmentidas;

Estas mentes lúcidas;

Estas mentes fundidas.

 

II

São(me) encantos

Mas não são contos

Nem poesias, prosas ou sonetos,

Mas um tempo com (100) metros.

 

III

Talvez mendigue  cada instante

Da hora destas grades mentes

Que um dia brotara.

 

IV

Este é grito dos homens negros.

Não são gritos dos prumos

Das paredes crivadas.

 

publicado por Revista Literatas às 17:15 | link | comentar

Quando Cronico - Ando

Mauro Brito - Maputo

 

Antes de iniciar a minha empírica dissertação, agradecer a mim mesmo por ter a coragem de me ensaiar numa escrita de opinião de leitura, não se trata de um  ensaio literário, tampouco de um ensaio sobre obra alguma.

O que trago nesta bandeja de palavras, são apenas opiniões e pensamentos sobre a leitura que desembrulhei  na obra “Cronicando”  do escritor moçambicano Mia Couto, que encontrei numa livraria das esquinas. Olhando o título me sobressaltei de orgulho, como pode-se cronicar? Em que maneiras? Veremos. Recolhi a obra para as minhas mãos.

Tratava-se da segunda edição do “Cronicando”, em que o escritor trás as situações que o País tem enfrentado. “ Não se pode perder posse de um tempo que é nosso”. Diz o autor.

No “Cronicando” desde “  A carta,  O homem com um planeta dentro & Gentipo, suas gentis poeiras”, andei errando por elas, de noite e de dia, serrado e semi-serrado com os olhos e alma, não podia deixar de lê-las um dia sequer, mesmo que o quisesse, era como uma espécie de antídoto, para o acordar do dia seguinte.

As situações são reportadas em forma de palavra, como que uma prenda para o leitor, mesmo que não assíduo, “(...) ela sofria doença do chão, mais e de mais se deixando nos caídos/ Me entregava o papel marrotado. Dobrado em mil sujidades”

Ao longo da leitura dos textos fui descobrindo que quando cronicava as mesmas crónicas, isto é quando as lia, andava mais alguns metros de sabedoria e redescoberta do país em que vivo e que me viu nascer; o tempo em que foram lavradas as redigidas (1982), ainda a poeria da guerra lavrava sofrimento por onde passava, mas os mesmos ainda encaixam-se nas realidades que vivemos hoje. Concordo quando o dizem que os escritores quando exercem a escrita, no momento de construção, são também como futuristas na forma quando escrevem pois chegam a prever acontecimentos de uma terra, de um tempo, de uma geração.

Muitas das situações aqui trazidas sequer tem um autor, alguém a quem lhe podem pendurar o cartão de culpa, nem tampouco mandatários ou cumpridores, os problemas assim nessa inocência, não há necessidades de haver culpados, para que? Se nem a justiça aqui faz-se presente, também não tem quem lhe apoie, tudo isto como se o ovo chegasse primeiro que a galinha. “Cronicando” é uma visão e percepção das realidades do país, talvez quem for a lê-lo poderá aperceber-se das suas fragilidades, e depois construir um novo pais que ainda esta em construção, como diz o autor da obra talvez daqui há algumas décadas as crónicas nos ajudem a revisitar um período da nossa história

publicado por Revista Literatas às 17:01 | link | comentar

A Revista Literatas

é um projeto:

 

Associação Movimento Literário Kuphaluxa

 

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