Sábado, 13.08.11

Escritor Rubervam Du Nascimento escala Maputo

De Santa Teresinha, Rubervam Du Nascimento, que vem em missão de trabalho, mas dedicará as tardes para entrar em contacto com a Literatura Moçambicana e conhecer o Movimento Literário Kuphaluxa.

O Kuphaluxa vem, desde o princípio do ano em curso, interagindo com o poeta Rubervam Du Nascimento, este que a partir do Brasil, dispunha-se a transmitir os seus conhecimentos ao movimento.

Assim, de17 a25 de Agosto corrente, o poeta, estará envolvido em uma série de actividades programadas por ocasião da sua visita à capital moçambicana, cujo destaque vai para o lançamento da sua mais recente obra, intitulada “Espólio”, vencedora do VI Prémio Literário Livraria Asabeça em 2007 no São Paulo.

Está contemplado no programa para esta visita, a realização duma palestra no primeiro dia (17 de Agosto) as 14H na Escola Secundária Armando Guebuza, na cidade de Maputo, onde o poeta irá orientar o tema Porquê Ler? Já ministrado por vários escritores nacionais e internacionais durante este e o ano passado, incluindo a escritora Ana Rusche, que recentemente, esteve em Maputo.

Será a primeira vez do Rubervam Du Nascimento em Moçambique, e a primeira que terá contacto directo com os membros do Movimento Kuphaluxa, única agremiação, com que o escritor mantém contacto no País.

 No dia 18 pelas 16H, o poeta vai orientar uma palestra sobre a poesia brasileira e as suas aproximações com a moçambicana, na Faculdade de Letras da Universidade Eduardo Mondlane.

Na sexta-feira, será a vez da grande NOITE DE POESIA, a realizar no Centro Cultural Brasil Moçambique (CCBM) com o tema “O Prazer da Língua” e será na mesma noite que será lançado o livro, Espólio, com sessão de recital, onde o poeta vai dialogar, na sua apresentação, com José Craveirinha, o maior da poesia moçambicana.

 

 

 


 

RUBERVAM DU NASCIMENTO

Rubervam Du Nascimento é um poeta brasileiro, colaborador da imprensa alternativa desde os anos 70.

Rubervam Maciel do Nascimento, natural da Ilha Upaon-Açu, São Luís - Maranhão, nascido aos 31de Julho de 1954 é formado em Direito pela Universidade Federal do Piauí (UFPI) e actua como fiscal do Ministério do Trabalho, em Teresina (PI), onde reside desde 1972. Foi presidente do Centro Colegial dos Estudantes Piauienses (CCEP) e da União Brasileira dos Escritores, UBE/PI .

Participou de actividades culturais nos anos 70 e posteriores, tendo suas obras incluídas em várias antologias, como: "Aviso Prévio" (1977); "Ô de Casa" (1977) e "Piauí: Terra, História e Literatura" (1980); "Postais da Cidade Verde" (1988); "Poesia Teresinense Hoje" (1988) e "Andarilhos da Palavra" (1990), além de constar sua participação no livro "A Poesia Piauiense No Século XX" (1995), do crítico literário e antologista Assis Brasil. Também integrou a colectânea "Baião De Todos" (1996), organizada por Cineas Santos.

Recebeu diversos prémios em concursos literários realizados no Piauí e em nível de Brasil. Em 1997, obteve o 1° lugar em concurso nacional de poesia da Editora Blocos (Rio de Janeiro), com o livro "Marco Lusbel Desce Ao Inferno" 3.

Tem publicadas as obras, “A Profissão Dos Peixes”, “Marco Lusbel Desce Ao Inferno” e “Espólio”.

publicado por Revista Literatas às 08:35 | link | comentar | ver comentários (1)

Burocracia x sociedade

                                                                                                                                                     Adelto Adelto Gonçalves (*)

                                                           I

            No século 19, os pensadores liberais imaginavam que, com o desenvolvimento da livre empresa, a função do Estado iria se reduzir ao mínimo, pois a evolução da espécie humana seria espontânea. Os anarquistas também idealizavam um mundo em que as grandes questões seriam resolvidas pela livre discussão e o Estado ficaria cada vez menor até sumir. Os comunistas, que fizeram do Estado instrumento para a tomada do poder em nome dos operários e camponeses, acreditavam (ou fingiam acreditar) que, com o socialismo, o Estado seria pulverizado, até o seu lento desaparecimento.

            Como se sabe, nenhuma dessas previsões se confirmou. O Estado está cada vez mais forte e, nas mãos de tiranos – que geralmente não passam de pessoas medíocres, malvadas e extremamente egoístas, que costumam acumular riqueza em paraísos fiscais ou na velha Suíça –, torna-se o Leviatã imaginado pelo filósofo inglês Hobbes (1587-1666), sempre pronto a ajudar os mais favorecidos, em detrimento das massas marginalizadas, seguindo as recomendações da oligarquia financeira transnacional.

            Como disse o poeta e pensador mexicano Octavio Paz (1914-1998), no ensaio “El ogro filantrópico” (1978), o Estado moderno constitui uma superestrutura de grandes empresas, sindicatos empresariais, centrais sindicais (que representam muitos interesses, menos os dos trabalhadores em nome dos quais atuam) e uma burocracia que vive em contínua relação com os grupos com os quais compartilha o domínio da máquina estatal. Por isso, segundo Paz, o Estado moderno é hoje uma máquina, mas uma máquina que se reproduz sem cessar.

            Portanto, o grande desafio de hoje, ao menos daqueles que ainda têm um pouco de consciência social, é imaginar formas de impedir que a máquina estatal – a nível federal, estadual ou municipal – seja tornada refém dos interesses de empreiteiros e políticos ávidos por obras públicas que, muitas vezes, nenhuma finalidade social têm. Não é a toa que lemos nos jornais tantas notícias sobre obras superfaturadas, prédios, pontes, rodovias e viadutos que não foram concluídos e viraram monstrengos urbanos, dinheiro desviado de fins mais nobres, como merenda escolar e compra de medicamentos, e toda a sorte de patifaria que o despudor humano pode imaginar.

            Fazer com que a burocracia tenha maior integração com a sociedade é uma luta cada vez mais vã, pois o natural é que a máquina administrativa se adapte aos interesses dos políticos e dos partidos que assumem o poder. E, como ninguém chega ao poder por força de seus próprios recursos financeiros, é preciso satisfazer àqueles que financiam a campanha. Em outras palavras: empresas ou empreiteiros precisam ganhar licitações arranjadas e arrematar contratos superfaturados para que não só tenham altos lucros e possam crescer como ainda manter um fundo de caixa para financiar outros políticos e novas campanhas.

            Assim segue o Estado patrimonialista, de que falava o pensador alemão Max Weber (1864-1920), em que famílias ou clãs dominam os negócios que seriam públicos. E a sociedade como fica? Ora, periodicamente, é chamada para coonestar eleições manipuladas pela força do dinheiro. No resto do tempo, fica esquecida porque fora do Estado não há nada nem ninguém.

            

 

publicado por Revista Literatas às 08:29 | link | comentar

AS MARGENS DA NAÇÃO NA POESIA DE SANGARE OKAPI E HELDER FAIFE

Jessica Falconi
Università degli Studi di Napoli
“L’Orientale”- Itália
CES - Portugal
RESUMO:
O artigo propõe uma leitura de Mesmos barcos, de Sangare Okapi (2007), e Poemas em sacos vazios que ficam de pé, de Helder Faife (2010), como exemplos de evocação de algumas margens da nação moçambicana no pós-independência.
PALAVRAS-CHAVE: Poesia moçambicana; Sangare Okapi; Helder Faife
Pensar nos lugares da nação tem sido, e continua a ser, uma das práticas centrais nas literaturas surgidas em contextos de dominação colonial, na medida em que o espaço físico da nação, com todas as suas fronteiras, internas e externas, se faz “significante” de um conjunto de questões que envolvem processos e fenômenos de inclusão e exclusão, conflitos identitários que remetem para múltiplas memórias, histórias e diásporas. É através da evocação dos lugares que, de fato, também se recuperam heranças culturais e histórias outras, apagadas ou marginalizadas, pelas narrativas coloniais, e/ou pelas novas narrativas nacionais, questionando-se conceitos de pertença, autenticidade, cidadania. A metáfora do “mapa” é, de fato, frequente nas literaturas pós-coloniais, enquanto estratégia que, a partir das margens, questiona e reformula as lógicas de inclusão e exclusão, reconfigurando as relações culturais e identitárias (HUGGAN, 1995, p. 407). Nessa perspectiva, os lugares da nação proporcionam também um terreno para se equacionarem, de modo crítico, as continuidades e descontinuidades entre passado e presente, no intuito de continuar a imaginar e criar múltiplos futuros possíveis.
publicado por Revista Literatas às 08:13 | link | comentar

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