Quinta-feira, 23.06.11

Contos do Fantástico

Jorge de Oliveira - O País
É uma obra de muitas culturas (religiosas, locais, naturais, espirituais), mostrando o quão diversificado é este povo e, no fundo, olhando para esse tempo longínquo com a possibilidade que a distância temporal permite...
De Aníbal Aleluia, escritor moçambicano já falecido, publicaram-se duas obras, “Mbelele e outros Contos”, “O gajo e os Outros” e, agora, “Contos do Fantástico”. Esta última, escrita em 1988, é de natureza totalmente diferente do que têm sido, ao longo dos últimos anos, as obras literárias moçambicanas.
1. Com uma linguagem erudita, muito apurada, temáticas comuns, mas tratadas de forma bastante diferente, a obra trouxe estórias de ficção baseadas no além, naquilo que as pessoas muito falam, só que ninguém alcança. A maior parte dessas peripécias são resultantes do que ouviu ao longo das suas viagens por este país fora;
2. Até a leitura e crítica social apresentada tem um cunho e uma forma não muito simplista, o que obriga o leitor a recorrer a uma análise baseada na conotação;
3. “Cria, inventa, procura, experimenta. Observa com os teus próprios olhos. A ti é que mais interessam os fracassos e os triunfos. A eles não os afectam. Se tiveres aborrecimentos não serão eles a saná-los, embora, caso tenhas louros, sejam os primeiros a enviar relatórios às suas direcções para valorizarem as suas informações de cada ano, com vista a futuras promoções”;
4. É um texto com linguagem muito apurada, dir-se-ia mesmo um português arcaico que nem a todos atinge, exigindo muitas vezes o recurso ao dicionário, mas de uma beleza acima do comum. Um estilo agradável, diferente do usual, e que nos faz sorrir e perceber que a língua também é um espaço infinito de que nenhum humano se pode apropriar na totalidade;
5. A dado momento recorda o “Piratas das Caraíbas”, com seres meio humanos meio aquáticos a viverem em baixo da água, com muita escravatura à mistura, e, por outro lado, vale pela mostra de aspectos culturais que, em tempo de colonização, diferenciavam a visão do colonizador da do colonizado;
6. “Meteu-se imediatamente no mato. Estava ansioso e já antegozava o seu triunfo sobre os javalis. Gostava que os animais alvejados dessem luta. Quando o javali eriçava as cerdas, expedindo chispas dos olhos pequenos, e o seu rosnar transformava-se num som agudo, Luís sentia-se mais homem, porque o animal parecia lançar-lhe um desafio. Então os seus músculos ganhavam dureza, rilhava os dentes e avançava afoito como se se quisesse entregar a um violento corpo a corpo”;
7. É uma obra de muitas culturas (religiosas, locais, naturais, espirituais), mostrando o quão diversificado é este povo e, no fundo, olhando para esse tempo longínquo com a possibilidade que a distância temporal permite, como vários tabus e preconceitos (que sempre foram demasiados) foram sendo ultrapassados sem nunca terem sido explicados (o que é óbvio, porque sempre se basearam em mentiras e lendas sem base científica nenhuma);
8. Livro de enorme riqueza narrativa, apresenta episódios que se vêem, logo à partida, tratar-se de imaginações que nunca existiram, assentes em dogmas e mentiras embutidas, ao longo de décadas, nas pessoas, até, por mais incrível que pareça, se tornarem defensáveis por alguns charlatões. E alguns dos exemplos mostram isso, como o caso de um fantasma de mulher que apanha um mulherengo, das profecias amaldiçoadas que são feitas entre humanos e se cumprem, de contactos com mortos, de Homens – Animais, de pessoas que não se pode prender ou bater e até sereias;
9. “E todos tinham medo dele. Os conselheiros, em vez de conselhos, gritavam ditirambos. O ‘censor público’ instituído pelo régulo velho para moralizar a corte e a sociedade não teve similar no Sudoeste. Aliás, Macarala não deixava os indunas falarem, salvo para proferirem elogios. E o Sudoeste começou a empobrecer, acabando por cair numa indigência generalizada, enquanto o régulo vizinho, herdeiro do Velho, com uma política sã, desenvolvia as suas terras, promovendo a felicidade do seu povo”;
10. Contos do Fantástico deve ser lido para se ganhar várias coisas, dentre elas relembrar algumas realidades dos tempos de outrora, desfrutar de uma leitura agradável (até pelo desconhecimento de alguns termos, o que é caricato), para se aprender novos termos (os tais arcaicos) e se poder avançar na direcção de novos momentos na nossa civilização.
11. É um mergulho nas amarras de um povo que tem tanto de belo como de inexplicável.
publicado por Revista Literatas às 08:08 | link | comentar

Sangue Novo - 21 Poetas Baianos do Século XXI



A coletânea Sangue novo – 21 poetas baianos do século XXI, publicada pela Escrituras Editora, de São Paulo, terá lançamento em Salvador, no dia 23 de julho de 2011, das 10 às 14 horas, na livraria LDM Multicampi, na Rua Direita da Piedade.Sangue novo conta com organização do poeta José Inácio Vieira de Melo e com apresentação do escritor Mayrant Gallo. A ilustração da capa é de Fernando Aguiar, artista plástico e poeta português.

Relação dos 21 poetas:

Alexandre Coutinho
André Guerra
Bernardo Almeida
Caio Rudá de Oliveira
Clarissa Macedo
Daniel Farias
Edson Oliveira
Érica Azevedo
Fabrício de Queiroz
Gabriela Lopes
Georgio Rios
Gibran Sousa
Gildeone dos Santos Oliveira
Janara Soares
Lidiane Nunes
Priscila Fernandes
Ricardo Thadeu
Saulo Moreira
Vânia Melo
Vanny Araújo
Vitor Nascimento Sá 

Extraido do blog do Poeta José Inácio Vieira de Melo: http://jivmcavaleirodefogo.blogspot.com
publicado por Revista Literatas às 07:51 | link | comentar

Dois Córregos recebe o V Festival Internacional de Poesia

Palestras e oficinas fazem parte do evento que neste ano traz Doutores da Alegria e Marina Colasanti, entre outros poetas
nacionais e internacionais
 


A capital brasileira da poesia vai abrigar nos dias 1, 2 e 3 de julho o V Festival Internacional de Poesia. O evento acontece em Dois Córregos desde 2007 e foi idealizado pelo poeta e empresário, José Eduardo Mendes Camargo.  
 
Com o tema “Poesia, a arte do encontro”, o Festival tem como objetivo disseminar a criação poética entre a população em geral. O evento é gratuito e destinado a poetas, escritores, educadores, estudantes e pessoas interessadas no assunto.  

Neste ano o evento será aberto pelos Doutores da Alegria que desde a década de 90 trabalham em conjunto com profissionais de saúde para auxiliar na rápida recuperação de crianças hospitalizadas. O grupo apresentará a palestra/espetáculo “Profissão Palhaço”. A programação também inclui a participação de importantes poetas nacionais e estrangeiros, como Paula Wenke, responsável pela criação do Teatro dos Sentidos, que se baseia em técnicas de encenação para uma plateia de deficientes visuais e/ou pessoas com os olhos vendados, adaptando textos com o intuito de provocar o tato, olfato, audição e paladar. Através da palestra “Poesia Multimídia”, Paula apresentará seu livro Zoom in Zoom out, onde faz a poesia extrapolar o verso.  
Entre os palestrantes estão os poetas Paulo Netho e José Ricardo Grilo este se apresentando com o músico Adriano Dirribeira; a secretária de educação de Dois Córregos, Rosa Laura Garcia Calacina; o poeta, ensaísta e cronista Affonso Romano de Sant´Anna; a escritora, jornalista e pintora Marina Colasanti; a poetisa, cronista, tradutora e compositora Flora Figueiredo; o escritor e poeta Luiz Coronel; o poeta Saldanha Legendre, além dos poetas Carlos Vásquez Tamayo, da Colômbia, Alfredo Fressia, do Uruguai e a poetisa portuguesa, Ana Vieira.  
A íntima ligação de Dois Córregos com as palavras, e sua vocação para disseminar a literatura, surgiu há 16 anos. Em 1995, José Eduardo Mendes Camargo, que se descobriu poeta na maturidade, criou o Instituto Usina de Sonhos, entidade sem fins lucrativos reconhecida pela UNESCO (Órgão das Nações Unidas para o Desenvolvimento da Cultura) e referendada pelo Ministério da Cultura (MinC), que tem como missão inserir o ser humano desde a infância, nas várias formas de linguagem, em especial, a poética. 
O evento acontece de 1 a 3 de julho, no Hotel Estância Santa Paula, localizado na avenida Gofredo Schilini, s/n, em Dois Córregos. 
O V Festival Internacional de Poesia é um projeto realizado com o apoio do Governo de São Paulo, Secretaria de Estado da Cultura – Programa de Ação Cultural 2010 (ProAc). 

Programação:
Dia 1º de julho, sexta-feira:
09h00 Abertura Oficial do Evento
09h30 – Palestra/espetáculo “A Profissão Palhaço”, com os Doutores da Alegria
11h00 Oficina de Poesia “Soprador de Palavras”, com Paulo Netho
14h00 Palestra “Sobre Dragões e Sonhos”, com José Ricardo Grilo e Adriano Dirribeira
15h30 – Poesia na Escola, com Rosa Laura Garcia Calacina 
Dia 2 de julho, sábado:
09h00 Palestra “Conversa”, com Affonso Romano de Sant´Anna
10h30 – Palestra “Poesia desde sempre”, com Marina Colasanti
14h00 Palestra “Poesia, Rima e Melodia”, com Flora Figueiredo
15h30 Palestra “As múltiplas faces da criação”, com Luiz Coronel
16h30 – Palestra “A poesia de Carlos Saldanha Legendre” 
Dia 3 de julho, domingo:
09h00 – “Poesia Multimídia”, com Paula Wenke e seu livro Zoom in Zoom out
10h30 – Versos diversos com os poetas Carlos Vásquez Tamayo, da Colômbia, Alfredo Fressia, do Uruguai e a poetisa portuguesa, Ana Vieira.
12h00 – Encerramento 
Serviço:

V Festival Internacional de Poesia
Data: 1, 2 e 3 de julho de 2011 
Local: Hotel Estância Santa Paula
Endereço: Avenida Gofredo Schilini, s/n - Dois Córregos (SP)
Horário: sexta e sábado, das 9h às 17h30 e domingo, das 9h às 12h
Telefone: (14) 3652-1265/ 3652-2288

 

Informações para a imprensa:
Audrey Fernandes
(16) 8181-3287
Fabíola Quadros
(11) 9211-8134
publicado por Revista Literatas às 07:18 | link | comentar

Escrevivências em Doses Crônicas

Por: Marcelo Soriano - Brasil
 








1ª  dose - Prólogo 
Recebi com muito gosto o convite para escrever uma crônica para a Revista Literatas. Fico feliz e grato ao irmão Amosse Mucavele que disse-me: "Sabes, conquistaste o coração dos moçambicanos.", referindo-se ao artigo publicado na Tempo Nº Zero (http://www.revista-tempo.com/) que foi relançada em Maio, recentemente. Mantenho firme, com este tipo de intercâmbio, o sonho de ver/ler a riqueza cultural dos países da CPLP transitando livremente, sem fronteiras, de lá para cá, daqui para lá.
 
2ª  dose - A microliteratura nas redes sociais 
Desde pequeno tendo a escrever com o mínimo de caracteres. Aquilo que seria uma mania estranha de um garoto que pensava demais e falava (e escrevia) de menos, hoje transformou-se em modismo cultural, propagado amplamente pelo Twitter, Facebook, Blogues em geral, enfim, pelas chamadas Redes de Relacionamentos Sócio-Virtuais. Bem, o que poderia dizer aquele garoto de antigamente, de poucas letras com grande significado (ao menos para si)?! O garoto se encontrou, não apenas consigo mesmo, mas com uma proposta de literatura (e, por conseqüência, literatos jovens de todas as idades), tão espontânea, quanto fluente pelos países da CPLP. Críticas, estudos, discussões sobre o teor e a pertinência cultural das expressões literárias deste "novo" estilo de escrever... Bom, deixemos isto aos acadêmicos! 
3ª  dose - Aforismos sobre Literatura 
  • A literatura é  um mar de rosas de cabeças baixas.
  • Lembre-se: neste mundo, uma palavra vale muito mais que mil idéias.
  • Nada de falar a verdade. Um poeta verdadeiro deve sempre escrever a verdade.
  • Um grande escritor não é aquele que se libera ao ímpeto do escrever. Um grande escritor resiste ao ímpeto de não escrever.
  • A poesia vem do nada, logo, poesia é tudo!
  • O escrever é superior ao redigir.
  • Todo o poema pode ser melhorado. Todo o poema deve ser melhorado. Não fosse assim, não seria poema.
  • O universo uniu os versos... E esquartejou os poetas...
  • Nunca duvide da Arte de dormir operário e acordar poeta.
  • A poesia funciona quando o leitor sorri.
  • O livro é uma gaiola de pássaros que canta para ser aberta.
  • Os menos preparados sempre sucumbem ao afã da palavra final.
  • O bom poema é o que nos lê.
  • A verdade está situada em algum lugar ilegível entre as metáforas e as parábolas.
  • O óbvio, às vezes, surpreende.
  • Quem passa a maior parte do tempo tentando ser genial, acaba se tornando um gênio muito chato.
  • Nós que escrevemos tanto sobre amor, não é que o saibamos ao ponto de ensinar, é porque precisamos escrever; escrever ao ponto de aprender. Por isso eu digo, sem ser douto no assunto... Escrever também é amar.
  • Poetas são árvores frutíferas que acharam mais produtivo perambular.
  • Escrever é pura falta do que fazer quando se está com a agenda lotada.
  • Já observaram? O livro aberto tem formato de pássaro.
  • O autor é o Deus do livro, mas é comum deuses serem engolidos pela vaidade da própria criação.
  • Há poemas que são auto-exorcistas.
  • Apelo aos escritores: deixem de definir o amor e comecem a amar!
  • Para o poeta ser amado é ser lido.
  • Um livro de papel comestível venderia mais (porque mataria, também, a fome do corpo).
  • Por mais enfadonha que seja a nossa história de vida, largar o livro nem pensar!
  • Escrevo primeiro; penso depois. Se pensasse antes, jamais escreveria. Escrever não é um caso pensado.
  • A minha grande certeza é a incerteza das letras de um poema não escrito.
  • Poesia de verdade não é a leitura do mesmo, é a releitura do novo.
  • O Poeta se faz digno pelo strip-tease de suas palavras.
  • Ler com o lápis; escrever com os olhos.
  • A vida é uma luta diária. Em todos os amanheceres reiniciamos do nada. Escrever é semelhante.
  • A cisma da Ordem dos Poetas Alucinados é jamais saber precisamente o lugar correto e derradeiro do ponto final.

************ 
publicado por Revista Literatas às 07:12 | link | comentar | ver comentários (40)

Poesia

Japone Arijuane – Maputo




É um crer estar quando ausente
É viver vidas antes nascidas
É ter tudo num mundo vazio
É sempre ouvir o ruído do silêncio
É ser o que o seu ser não quis ser
É desafiar a física estar em ambos lugares em simultâneo
É ter uma constante metamorfose mental
É ter o mar sem águas ou as águas sem rio
Olhar ver o que não se vê
Ouvir e entender o que não se disse
É tudo ou nada, nada ou poesia
É poesia ou Poesia.
__________________________________________________ 
Extraído do projecto de livro do autor “Falas Perdidas”.
publicado por Revista Literatas às 07:05 | link | comentar | ver comentários (1)

Prosa poética Aline Pereira - V


Parei em frente à vitrine da tabacaria, observando pipes, bongs e narguillas. Por dentro, disputavam pelo que não me servia. A burrice, a covardia, o medo, não queria arrastá-los mais. Uma hora tudo acaba por exaustão. Lembrei-me da lagarta silenciosa e dos mushrooms que trouxemos secretamente na bolsa. Nem ela, nem eu, sabíamos quem era, só que me transformara várias vezes. Parecia-me com as outras, meu rosto ardia de tanto ser maquiado. Vi o reflexo da mulher de cabelos curtos, azuis, talvez roxos, com fones de ouvido. Atraía, do espelho da loja, a technicolor de casaquete verde e relógio laranja. Era eu? Senti-me velha como o Pai Joaquim. Temi que meu juízo se estragasse, mas não tinha nenhum, plantava só para passar o tempo. Disse pra mim mesma: Reciclo-me ou me devoram. Olhei para o king kong com uma coroa de ouro, que estampava a camiseta hemp. A lagarta foi a primeira a falar - Ele iria gostar. Eu respondi que não importava, pois não era questão de tamanho, e logo quis ser maior, numa vontade bruta de crescer. Ela se mostrou assustada com a mudança, e eu já nem via a larva que um dia também havia sido. Com os braços esticados, eu tentava capturar as ideias e os borrachos hediondos. Foi nessa hora que ele chegou, interrompendo. "Deixe-me em paz!" - Sorri, abracei-o, traguei-o de uma vez por todas, como todas as vezes. Queria tê-lo sempre assim em minhas mãos, como o borracho esmagado. Ele era uma ideia, a miragem de uma tarde vazia, o que eu não faria por uma vida de contemplação, sendo idólatra que sou. Então vi a serpente se enroscar no meu pescoço pelo meu ombro. Ele me conduzia para o mar. Dormimos na pedra um sono de minutos, até eu engasgar com o soluço de vida numa explosão. Tossia, tossi enquanto tinha a ilusão toda chupada, restando só o bagaço. O largo se encolhia tão rápido quanto engordavam as pastas e as traças. Tossia, tossi o teatro inteiro lotado. Foi como perdi o amor. Morte justa. Não como os apaixonados. Ele também não queria mais. O fingimento era o nosso resíduo de ânimo, uma mistura de chamusco e sangue. Quando a tosse acabou, ele me deu um beijo na testa, beijo de feições defuntas. Passou um carro na rua buzinando. Eu ia com a minha havaiana, pedaços de coxa, ponta de unha, pingo de lágrima e calor. Não doía, mas se soubesse, teria inventado uma fantasia mais leve. Subi as escadas e fechei a porta. Eu não falei? Pois para mim foi uma honra conhecer um alienígena. Reguei a menina e dela tirei uma flor. "Eu tenho que amar alguém e alguém vai me amar." Com a precipitação das pétalas, eu era um soldado cada vez mais perto da véspera da guerra. O tinir dos pratos na sala atravessavam o meu corpo imóvel. A lagarta, pobre coitada, balançava a cauda atraindo os peixinhos do aquário. Foi assim que meus olhos afogados no mar que não era de leite, só era branco, não viram mais nada além do branco. À impressão de que do nascer e do pôr-do-sol nenhum outro ritmo alterava a minha vida, permaneci imóvel na bola, com o sol e as estrelas girando em torno dela. Até que de manhã eu senti a bola rolando comigo, na órbita dos meus olhos. Tudo se movia de repente, até mesmo o tempo e senti que fazia, eu mulher, o tempo. Perdi o medo de serpentes, trovão, fantasmas. O ponteiro, senhor intrépido, ensinou-me a lançar dardos e a guiar carros. Pensando no domesticado e no rebelde, esqueci o tempo em sua borracha. Guardei-o na carteira, sentindo-o dentro, e por imaginar que o dominava, exorcizei-o, como se cuspisse um chiclete. 
publicado por Revista Literatas às 07:00 | link | comentar

Ficção brasileira que chegou aos EUA e à Itália

     Luana McCain - Brasil   
  
'O Enigma do Guarda-Roupa é o primeiro volume da série Horror, composta por cinco títulos´independentes, cujo objetivo é proporcionar calafrios de medo no leitor, mediante histórias arquitetadas no sobrenatural e nas profundezas da mente humana.
Com enredos simples, capítulos curtos e linguagem rápida, sem rodeios, os livros pretendem alcançar o público que não dispõe de tempo suficiente para leituras áridas, menos ainda o de fazer longos exercícios de imaginação.
           Pretendem, também, transformar o ato de ler em momentos inesquecíveis, de modo que estes despertem o interesse, a curiosidade e motive o leitor a encantar-se com o universo da leitura.
           Em O Enigma do Guarda-Roupa, o sobrenatural comparece da primeira à última página.
A história é contada de forma nua, crua, sem requintes, por uma adolescente que terá sua vida completamente virada de cabeça para baixo quando sua família resolve mudar-se para um sinistro casarão.
Lá, depara-se com um antigo guarda-roupa que, conforme a última moradora, é mal-assombrado.
No início, atribui a história a boatos. Mas após uma sucessão de bizarros acontecimentos,  começa a perceber
que há uma presença macabra à espreita.
Será que a adolescente conseguirá desvendar a tempo o enigma do guarda-roupa?'



Sérgio Simka
É professor universitário e escritor. Coordenador do curso de Letras das Faculdades Integradas de Ribeirão
Pires (FIRP). Seu site: www.sergiosimka.com.


Luana McCain
Cursa Letras, é colunista, revisora e suicida.


Seri
É jornalista e ilustrador. Trabalha no jornal Diário do Grande ABC, de Santo André-SP.





Páginas: 72
Edição: 1ª
Ano: 2010
Editora: Iglu
ISBN: 978-85-7494-131-8
Formato: 21,00 cm x 14,00 cm
Peso: 91g



publicado por Revista Literatas às 06:48 | link | comentar

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Associação Movimento Literário Kuphaluxa

 

Dizer, fazer e sentir 

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