Quarta-feira, 01.06.11

Nesta sexta feira lançamento de "Contos do Fantástico" de Aníbal Aleluia



CONVITE

·                     Lançamento - próximo dia 03 de Junho de 2011 – 6ª Feira, pelas 17h: CONTOS DO FANTÁSTICO, de ANÍBAL ALELUIA.
·                     Local: Associação dos Escritores Moçambicanos
·                     Outros títulos do autor: Mbelele e outros Contos e O Gajo e os outros
·                     Apresentação: Clemente Bata
publicado por Revista Literatas às 09:51 | link | comentar

Prosa poética de Aline Pereira - III




Distraído ouvindo a gaiola canariar, o coronel palita os dentes quando, de repente, um menino empregado interrompe a leitura da pequena hóspede de olhos verdes, que atende por Clara. O homem na cadeira de balanço é também o dono de todas as coisas ali. Na estranheza de seu olhar a distância do impressentido amor: “Que é?” O menino responde: “Uma onça matou meu pai.” O silêncio das coisas que não estão acontecendo se fez. No estômago de Clara uma perna de carneiro chutava com força. “Por favor, devo ser apresentada.” O menino empregado, que é também a infância do meu herói, parecia intratável, talvez uma pedra, talvez uma testa enorme e desfigurada, por isso os demais criados o levaram antes que pudesse devolver à jovem o cumprimento. Clara mal abre a boca. O herói infante arqueja: “Sabe, hoje ouvi tantas modas! Todas sobre peixes...” Cantava sempre uma que parecia ter sido escrito de propósito para ela. De algum modo livre, o menino aproxima a boca do ouvido de Clara: “Conheço uma adivinha, toda em poesia, e toda sobre peixes.” Ela queria ver tudo, numa sensação imediata da vida desperta. O coronel só sabia da dívida que tinham com a terra e que era preciso pagar. A terra era uma prisão. Observando a aia parda que lhe atraía tanto, o velho proprietário pensou: “Que é que eu vou fazer?” Uma das sobrancelhas erguidas, bateu o cajado-estaca no chão e levantou-se: “Onde está o criado que devia responder?” A luz já não fazia parte do cenário. Seguiu-se então um confuso rumor. Eram as moscas. Na medida em que as moscas avançavam, os pombos fugiam. Confuso, o dono pediu aos pombos que voltassem submissos. Então Clara, numa voz que parecia mais um arrulho: “Seria um prazer.” E voltando-se ao anfitrião de bigode: “Posso?” O bode não responde sim: “Primeiro o peixe deve ser pescado, depois comprado.” Num sussurro simulado, a jovem olhou para o homem como se visse um condenado a morrer. “Muito obrigada, mas de fato não preciso do seu lugar.” Nisso, o menino sentiu a existência embalar seu corpo e, então, eles dois, Clara e o pequeno sertanejo, caminharam por cima das posses. Ele pôs a enxada ao ombro e seguiu lentamente a caminho da roça, até que puderam ver o capim ainda molhado de sangue. Do cenário exalava um cheiro novo, e ela reconheceu o contraste no ato. Era o sangue do soldado morto tingindo o descampado verde. O menino não sabia que a cidade existia, nem mesmo que havia um país. Ele ignorava o que eram os pintores, mas conhecia a poesia. Ao ver Clara perseguindo o xale que flutuava, enxergava também a música. A pequena era tão fria quanto a terra, e porque o céu o odiava, ele começou a sacudi-la de um lado para outro com força. Ela não opôs a menor resistência, mas seu rosto foi ficando cada vez menor, e os olhos maiores, muito grandes e verdes a ponto de se fundirem em apenas um. O olho de mulher crescia como o sol na alvorada, e o menino empregado não teve mais dúvidas. Era ela a bruxa que procuravam. No palco do desmantelo, a sombra que absolve os pecados da terra numa enorme cova. Só depois, com a falta do sonho fugaz da realidade, o herói que perdera o pai maldisse todas as onças. Nesse exato momento, a menina rosnou. Ele sabia, tristonho, que não tinha capacidade para matar a onça, mas podia tocar no segredo íntimo dela: “Em que você se transformou?” Clara respondeu: “Na sua vida, tenho certeza.” O herói finalmente chorou: “Se você realmente estivesse no meu sonho teria gostado, ouvi tantos poemas, todos sobre peixes!” Enfim, algumas horas depois eles retornaram. Pela primeira vez, pediu a morte o meu heróico infante. A menina voltaria logo para casa, tão longe dali, enquanto ele mastigava uma vida inteira para chegar ao seu destino.
publicado por Revista Literatas às 09:37 | link | comentar

São e Vão


Deusa D´Africa - Xai-Xai

Os olhos do poeta são um mar
ondas consecutivas vão tecendo o luar
conchas e mariscos vão decorando espaço lunar
em todas manhãs o sol e seus filhos a raiar
tsunamis e outros sismos vão construindo o epicentro e seu lar
ventos e brisas vão se confundindo na arte de amar
postais e cartas são recebidos mesmo sem selar
homens bons e maus vão jogando o lixo mesmo respirando esse ar
casas vão se erguendo mesmo no território ímpar
gotas de água vão salgando vidas para o homem saborear
e estéril vai esmorecendo com o nascer da cegueira do mar
cardiologistas vão se afogando tentando explorar
seus bens em prol de remédios para remediar
a dor pelos mesmos causada, sem intenção de consciencializar
os outros matadores deste inocente e puro olhar.

publicado por Revista Literatas às 09:27 | link | comentar | ver comentários (1)

O Homem


Arrone Valentim Maússe
Txapo-Txapo -  Mafalala





 Ao Poeta José Craveirinha

Tu machaut que encaminhaste
a nossa independencia total
e partilhas-te connosco de tal
maneira ador, a tristeza, a angustia
e a alegria,

Instiguiste à luta por nós
mais hoje deixa-nos de olhos
irguedos de sangue e luto,
porquê Machaut
porquê você

O pai da escritura, arte e poesia
partes no momento inpropio
em que ainda precessavamos de ti,
machaut deus levou a sua alma
para que esteja com ele,
ele não levou as suas obras.
elas permaneceram aqui connosco
para enchugar-nos os olhos irguidos
de sangue Machaut,
Machaut leve a africano corração.
pensa à paz para África.


 


publicado por Revista Literatas às 09:17 | link | comentar

Poesia de Alexandro Soares do Valle


Alexandro Soares do Valle – Rio de Janeiro

Ah, essa gente


essa gente na qual me incluo


essa gente por trás de um muro


essa gente qu’é pedra


mas que também é água


essa gente qu’é queda


mas que pode ser águia





essa gente que acredita


essa gente abstrata


é uma gente aflita


por que? Se em algo acredita





essa gente mata-gente


mata veados, burros e índios


gente é mente?


gente mente





gente


é estilhaço


é o que sobrou de inteligente


é o que sobrou do humano


que nada tem a ver com gente





gente é não entender


é tentar compreender


que atrás vem gente


e o bonde passa


sem rima, às vezes


 sem graça



publicado por Revista Literatas às 09:12 | link | comentar

Habitar


Pedro Du Bois – Itapema

                    Habito o extremo
                    desoriento a agulha
                    desregulo a hora:

           atormento
           o rei com perguntas
           fáceis, escrevo
           o tema em tremas,
           desenho peças
           em palhas,
           empalho o animal
ferido: antes da morte
há o toque externo
em que a vida
descompassa
e finda.

Habito a mania. Na rua a nudez
conduz o corpo ao delírio.
publicado por Revista Literatas às 09:07 | link | comentar | ver comentários (2)

Letras


Aline Pereira – Rio de Janeiro

lírica métrica
química cínica
dúvida sórdida
sílaba gélida
tóxica estética
tímida atlética
fábula sádica
júbilo púbico
rústico sátiro
trêmulo búfalo
áspero ctônico
sólido crônico
xícara última
nítida enfática
pálido cético
lápide tétrica
rápido óbito
século mórbido

publicado por Revista Literatas às 08:58 | link | comentar

Encontro das Casas de Poetas abre a 27ª Feira do Livro de Canoas







Casa do Poeta de Canoas
Encontro das Casas de Poetas do Brasil



A Casa do Poeta de Canoas convida as CASAS DE POETAS do Rio Grande do Sul e demais estados brasileiros para o Encontro das Casas de Poetas que realizar-se-á na abertura da 27ª Feira do Livro de Canoas:
4/06/2011 - Sábado - 14h às 16h
27ª Feira do Livro de Canoas
Auditório Moacyr Scliar
Centro - Canoas / RS

Contamos com o prestigio da presença
de nossas irmãs no associativismo poético e literário.

Maria Rigo
Presidente da Casa do Poeta de Canoas




POEBRAS - Casa dos Poetas Brasileiros
CAPORI - Casa do Poeta Rio-Grandense
PREFEITURA DE CANOAS - Secretaria de Culrura
UBE - União Brasileirta de Escritores

































  

publicado por Revista Literatas às 08:43 | link | comentar

Sociedade dos Poetas Vivos e Afins do RN em Assembleia Geral neste sábado


 O Presidente da Sociedade dos Poetas Vivos e Afins do RN /SPVA-RN, no uso de suas atribuições legais (Art, 19°, Item III, do Estatuto), convoca os seus membros para uma Assembléia Geral deliberativa, sábado dia, 04/06/2011, às 18:30 horas em primeira convocação e às 19:00 horas, em segunda convocação, com qualquer número de presentes.
Pauta:

·         Recebimento das fotos para confecção das carteiras dos associados
·         Regularização dos inadimplentes com a SPVA
·         Acertos para comemoração dos 14 anos da SPVA
·         Tratar sobre o evento cultural: SEXTA DO FESTIVAL POÉTICO

MÁRCIO ROBERTO PAULO DO NASCIMENTO
PRIMEIRO SECRETÁRIO
publicado por Revista Literatas às 08:32 | link | comentar

Palestra sobre "O Comportamento das Deusas Gregas e o Comportamento Feminino"


ABT -   ACADEMIA BRASILEIRA DE TROVA

Vem, pelo presente, convidar acadêmicos, poetas,  escritores, amigos e interessados, para  assistirem no dia O7 de junho próximo, terça feira, às 16 horas,a palestra do Prof. Mário Moreira, sobre O Comportamento das Deusas Gregas e o Comportamento Feminino" .
Após, haverá  debate  sobre o tema, aberto aos presentes em geral, seguindo-se Hora de Arte e um pequeno lanche.
Aguardamos vossas honrosas presenças.
                                                                                                      Messody Ramiro Benoliel
                                                                              Presidente da A. B. T

LOCAL:   RUA TEIXEIRA DE FREITAS, Nº 5, SALA 303 (PASSEIO PÚBLICO),
-  ESQUINA COM A AVENIDA AUGUSTO SEVERO Nº 8   CENTRO-RJ –
HORÁRIO: 16 HORAS

DIA: 07  DE JUNHO DE 2011
publicado por Revista Literatas às 08:30 | link | comentar

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é um projeto:

 

Associação Movimento Literário Kuphaluxa

 

Dizer, fazer e sentir 

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