Terça-feira, 29.03.11

Brasil: Quinta Poética de regresso nesta semana

Artigo enviado a nossa redacção por José Inácio Vieira de Melo

Escrituras Editora e Casa das Rosas
convidam para a
QUINTA POÉTICA,
31 de março de 2011
a partir das 19h (evento gratuito)
com os poetas convidados
Cláudio Portella (Fortaleza – CE), José Inácio Vieira de Melo (Dois Riachos, Alagoas, radicado em Jequié – BA), Mariana Ianelli (São Paulo - SP) e Raimundo Gadelha (Patos - PB, radicado em São Paulo), com apresentação especial de Percutindo Mundos (Música Contemporânea Caiçara de São Vicente – Litoral Santista – SP).

Curador: José Geraldo Neres.
Casa das Rosas - Espaço Haroldo de Campos
Av. Paulista, 37 - São Paulo/SP
Próximo ao metrô Brigadeiro.
Convênio com o estacionamento Patropi - Alameda Santos, 74
Informações: (11) 5904-4499


Quinta poética

Mensalmente, a Casa das Rosas - Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura abre suas portas para a Quinta Poética, um grande encontro dos amantes da boa poesia, com a presença de poetas consagrados e novos talentos, que têm a oportunidade de apresentar seu trabalho. Intervenções artísticas das mais diferentes expressões, como dança, música, artes plásticas, cultura popular, envolvem a leitura dos poemas. Grandes nomes da poesia, como Álvaro Alves de Faria, Beth Brait Alvim, Carlos Felipe Moisés, Celso de Alencar, Claudio Willer, Contador Borges, Eunice Arruda, Floriano Martins, Hamilton Faria, Helena Armond, João Melo (Angola), José Geraldo Neres, Raimundo Gadelha, Raquel Naveira, Renata Pallottini, Renato Gonda, Roberto Bicelli, entre outros, já estiveram presentes nesses encontros, que são promovidos pela Escrituras Editora e a Casa das Rosas - Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura.

Os poetas:

Cláudio Portella é escritor, poeta e resenhista literário. Autor dos livros Bingo! (2003), Crack (2009), fodaleza.com (2009) e As Vísceras (2010). É o antologista de Melhores Poemas Patativa do Assaré (2006). Também é autor de Cego Aderaldo (2010).


José Inácio Vieira de Melo (1968), alagoano radicado na Bahia, é poeta e jornalista. Publicou os livros Códigos do silêncio (2000), Decifração de abismos (2002), A terceira romaria (2005), A infância do Centauro (2007) e Roseiral (2010). Organizou Concerto lírico a quinze vozes – Uma coletânea de novos poetas da Bahia (2004) e a agenda Brasil Retratos Poéticos do Brasil 2010 (2009). Publicou também o livrete Luzeiro (2003) e o CD de poemas A casa dos meus quarenta anos (2008). Participa das antologias Pórtico Antologia Poética I(2003), Sete Cantares de Amigos (2003), Voix croisées: Brésil-France (2006) e Roteiro da poesia brasileira – Anos 2000 (2009). Coordenador e curador de vários eventos literários, como o Porto da Poesia, na VII Bienal do Livro da Bahia (2005) e a Praça de Cordel e Poesia, na 9ª Bienal do Livro da Bahia (2009). Foi coeditor da revista de arte, crítica e literatura Iararana, de 2004 a 2008. Edita o blogCavaleiro de Fogo (www.jivmcavaleirodefogo.blogspot.com).


Mariana Ianelli é autora de Passagens (2003), Fazer silêncio (2005), Almádena (2007) e Treva alvorada (2010), entre outros livros, todos publicados pela editora Iluminuras. Mestre em Literatura e Crítica Literária, colabora como resenhista para os jornais O Globo - Prosa&Verso (RJ) e Rascunho (PR). Escreve crônicas todos os sábados para o site Vida Breve. Tem participações em várias antologias e revistas literárias. Em 2008 venceu o Prêmio Fundação Bunge de Literatura (antigo Moinho Santista), na categoria Juventude. Site oficial: http://www.uol.com.br/marianaianelli


Raimundo Gadelha é poeta e fotógrafo, formado em Publicidade e em Jornalismo pela Universidade Federal da Pará, com especialização na Universidade de Sophia, em Tóquio, Japão, onde residiu por três anos, depois de ter estudado em Nova York. Sua obra percorre o romance, o conto e a poesia, tendo 15 livros publicados, entre eles Vida útil do tempo (poesia, 2004) e Em algum lugar do horizonte (romance, 2000), editado na Grécia e no México. Atuou durante três anos como editor da Alian&cc edil;a Cultural Brasil-Japão e, em 1994, fundou a Escrituras Editora (www.escrituras.com.br), que comanda até hoje. Em 2007, assumiu a direção da editora e livraria virtual Arte Paubrasil (www.artepaubrasil.com.br) e em 2009 adquiriu os selos A Girafa e Girafinha, dando continuidade às suas publicações.


Participação especial de Percutindo Mundos - O grupo experimental de "música contemporânea caiçara"  tem sua criação voltada a ressignificação de identidades culturais, unindo o ancestral caiçara ao contemporâneo através da literatura,  filosofia, dança e artes visuais.  Suas paisagens sonoras remetem à influência das culturas indígena brasileira, portuguesa e africana misturadas à urbanidade e ao cosmopolitismo. Sua música é caracterizada pela harmonia dos timbres, o minimalismo, a aleatoriedade e a melodia percussiva. Márcio Barreto (composição, voz, rabeca, clarinete, flauta, acordeão, violão, escaleta e percussão), Célia Faustino (voz, percussão, dança), Jean Ferreira (percussão, dança), Fernanda Carvalho (percussão, dança) - Márcio Barreto lança o livro "O Novo em Folha".


Curador da Quinta Poética:
José Geraldo Neres nasceu em Garça, SP, em 1966. Poeta, roteirista, dramaturgo (com formação em oficinas e cursos de criação textual) e produtor cultural. Publicou o livro de poesia Outros Silêncios, Prêmio ProAC da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo 2008, (Escrituras Editora, 2009) realizado por meio do programa “Bolsa para autores com obra em fase de conclusão” da Fundação Biblioteca Nacional em 2007/2008; e Pássaros de papel (Dulcinéia Catadora, edição artesanal, SP, 2007). É cofundador do Palavreiros. Integrante do Conselho Gestor & Editorial do Ponto de Cultura Laboratório de Poéticas (Programa Cultu ra Viva, do MinC). Gestor Cultural e Curador da Sala Permanente de Vídeo/Doc da 8ª Bienal Internacional do Livro do Ceará (2008). Jurado da etapa inicial do Prêmio Portugal Telecom de Literatura (2009). Ministra oficinas literárias, com ênfase em criação literária e estímulo à leitura. Seu livro Olhos de Barro recebeu menção especial na 3a edição do Prêmio Governo de Minas Gerais de Literatura (ficção - 2010).


Escrituras Editora
Rua Maestro Callia, 123 - Vila Mariana
04012-100 - São Paulo - SP - Brasil
Tel.: (11) 5904-4499 (Pabx)
Escrituras Editora no www.facebook.com
publicado por Revista Literatas às 07:09 | link | comentar
Segunda-feira, 28.03.11

“AS RICAS PALAVRAS DA LÍLIA MOMPLÉ” ESTA QUARTA-FEIRA AS 17:30

Cartaz do evento

A Associação Movimento Literário Kuphaluxa, reliza na próxima Quarta-feira dia 30 de Março, uma palestra denominada “AS RICAS PALAVRAS DA LÍLIA MOMPLÉ”, para falar da vida e obra desta escritora.

O evento terá lugar no Centro Cultural Brasil-Moçambique em Maputo, a partir das 17:30 horas e contará, para além da presença da Lília Momplé, com a presença de familiares e amigos da artista, como Ungulani Ba Ka Khosa e muitos jovens amantes da literatura moçambicana.

Lília Momplé, tem publicados, três livros, sendo dois de contos, com os títulos «Ninguém Matou Suhura» e «Os olhos da Cobra Verde» e um Romance, intitulado «Neighbours».

AS entradas são totalmente gratuitas.
publicado por Revista Literatas às 08:00 | link | comentar

Revista Cruviana nº 1 – chamada para publicação de contos, primeiro semestre de 2011.


A Revista Cruviana, em sua 1ª edição, está recebendo contos inéditos (tema livre) e ilustrações de autores e ilustradores de qualquer nacionalidade.

Os contos deverão ser enviados para o email: revistacruviana@gmail.com até o dia 30 de Abril de 2011, para que sejam lançados no final do mês de Junho de 2011. A selecção dos contos será feita pelo conselho editorial.

É importante lembrar que, como este se trata de um projecto sem fins lucrativos, todo e qualquer trabalho disponibilizado para a nossa editoria será uma colaboração espontânea e sem ónus.

A Revista disponibilizará o ISSN (International Standard Serial Number) após organização do sumário, como exige o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT).

Acede o endereço virtual e conheça o regulamento: www.revistacruviana.blogspot.com

Cruviana é uma revista virtual dedicada a publicação de contos inéditos em qualquer língua, e imagens de qualquer artista. O projeto se propõe a unir escritores de todas as tribos e idades, aproximando os mais experientes dos iniciantes, a partir do espaço virtual.
publicado por Revista Literatas às 07:55 | link | comentar

Meio-dia no Tunduro

Aspecto do Correto do Jardim Tunduro
Cruz Salazar - Maputo

O dispersamento se exaltava com o calor de Maputo. Rabiscam-se as mentes de gente que se povoa provisoriamente entre as matas do jardim Tunduro.

Eis o palco onde muitas acções se inspiram: o homem do verniz passa olhando os dedos das senhoras; os revendedores de recargas vagueiam à procura de clientes, estes que apresentam desinteresse e bolsos vazios. Não assobiam, apenas olham quando olhados e levantam as recargas perguntando: vodacom ou Mcel?

Estudantes também se exilam e compõem o provisório povoado.
São meio-dia e meia, na metade da labora, beneficiam-se também operários e trabalhadores dos monhés da Baixa.

Sentados, deitados de barriga, uns mesmo de costas viradas à frustração de não ter nada para enganar o estômago nessa hora. De olhos fechados fingem não ver o homem dos chouriços de porco, como se todos fossem muçulmanos, mas não é isso. É por falta de dinheiro. Justificam-se os corajosos.

Outros inventam outras discrições para não ouvir o homem dos leites frescos e quibons que não para de tocar a sirene, como se fosse polícia.
O estômago rói sem dó nem piedade, surge uma vontade de roer os dentes e de não olhar para alguns mulatos que comem pão com badjia. Irrita-me ouvir conversa de alguns casais que lembram-se, nos meus ouvidos, sufocando o calor, sede, fome e qualquer outra coisa com a sua astúcia indiscreta.

São treze. Enche o Tunduro. Mais homens sem opções aparecem.
Alguns folheiam páginas de papéis, outros com caneta na mão rectificam cálculos, mas há quem prefira manusear o celular, organizar as roupas para voltar a disputa de clientes na Guerra Popular.
Alguns vagueiam de um lado para outro: uns são repórteres da AIM (Agência de Informação de Moçambique) e outros da RM (Rádio Moçambique) lá de cima, uns são mesmo de baixo. Todos circulam. Esbarram-se entre amigos e alguns desconhecidos saúdam-se desconfiados de conhecidos.

Doutro lado os fotógrafos alimentam alguma esperança, se virá algum cliente! Mas só pode ser branco, nós negros não tiramos fotos com fome, nem as uma da tarde. Quando há muito sol ficamos mais feios e cheiramos mal. Assim não pode tirar foto.
Alguns amantes se beijam, ignorando todos olhares e enfrentando as horas, o calor e o silêncio que domina o espaço. Não meditam. Amam-se.

O sol aproxima-se dos bancos que rodeiam o correcto dos Msahos – timbilando a arte da escrita. Lembro-me do Calane da Silva e Gulamo Khan. Tempos que não vivi. Os Msahos que levavam qualquer um ao jardim para ouvir poesia aos últimos sábados de cada mês. Não vivera esse tempo. Bons foram esses tempos. O quanto foram bons!

De resto Tunduro é mato. É mato mesmo. Onde ficam muitos negros como se fossem selvagens. Ah! Brancos também já vão. Ah! Parecem selvagens também! Por que mato ficam animais selvagens, pois não!!?

No Tunduro habitam Mochos, lagartos e outros répteis. Mas de repente há gente que o habitam. Gente de todos níveis. De várias etnias. Chopi, changana, Nyungué, Nguni, Macondes e etc. Todos. Pretos, mulatos e brancos.

Gente da nossa terra ou não. Pobres ou ricos, mas fazedores de várias opiniões públicas, porque alguns microfones, de quando em vez abrem-se por ali.
Eu também me inspirei ali. No Tunduro, claro.
Matem o Tunduro para ver o que acontecerá ao meio-dia em Maputo.
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publicado por Revista Literatas às 07:50 | link | comentar

CHUVAS

De: Pedro Du Bois-Santa Catarina

Na chuva
encharco
ensopo
destaco o guarda-chuva
ao cinza: empoço
               o canto do pássaro
               escondido
               em vão
               em vãos de telhados
               eiras e beiras
               ressurgem ninhos
               de pássaros
               cantando o final
               da chuva: na hora
                                seco
                           resseco
destaco o guarda-chuva
em que me apoio.
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publicado por Revista Literatas às 07:45 | link | comentar | ver comentários (2)
Quarta-feira, 23.03.11

Sangue branco!

De: Eduardo Quive
Não verto em águas turvas,
Em umbigos do nascente,
Nem de lá
Nem de cá,

Verto por dentro,
De onde quando algumas pessoas entram não saem mais,
Mesmo que seja ilusão,
Elas entram e torturam

Enlouquecem os meus pensamentos,
E me chamam de ninguém,
A alma derrama a saque,
Mas não suja o chão,
Nem vinga a sua dor,
Apenas enlouquece de acreditar em coisas que não existem,

O sangue derramado na noite de ontem,

Não foi de dor
Nem de luto
Fora de satisfação

De ter vivido no céu por alguns dias
E ter caído ainda em estado de lucidez
Parabéns a quem me fizera passar por isso!
Não merecem amor verdadeiro, nem amizade,

Nem desprezo
Nem nada.

Devem apenas
Ter solidão e isolamento
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publicado por Revista Literatas às 09:34 | link | comentar

Formula 1 Nas Estradas

De: Mauro Brito - Maputo

Já na cama buzinas me chamam. Pobre de mim; Calma ai! pobre dos que se encontram nos autocarros, eu ainda cá me salvo e os demais? Não são com amenos cantares dos passaros que me rasgo da cama, são buzinas, são pneus, motores avançando, vão e vem, voam e navegam; em fim.
Meto-me num dos chapas e lá vou, talvez ao céu ou à escola ou trabalho, muitos outros que aos assentos vão disfrutando dessas astronómicas velocidades com  qual os chapeiros andam, desejam  também chegar ao trabalho, à escola, etc: mas tal nem sempre lhes acontece, desviam-nas para as morgues e cimitérios. Que triste esse cenário. O que me entristece ainda mais é o  facto de sermos considerados pelos chapeiros como animais, mercadorias, inuteis; apenas simples fardos de carga, ora vejamos: Um autocarro com 29 lugares, acabam levando 50 a 60 passageiros nas suas andanças, e na maior das inocências.
Pobre das nossas almas que são violadas pelos nossos próprios irmãos, que triste; queremos chegar a casa mais cedo, fugir da noite, do frio da noite, da cacimba, do alvoroço e tornamo-nos refens dess corja que pilota autocarros de transporte de passageiros; próximo aos semaforos param ansiosos em acelerar as máquinas, a sinalização automática lhes atrapalha o negócio. Param bruscamente quase que pelas janelas são cuspidos os passageiros e ficam brincando com o acelerador e o  volante, como de grandes campeões de FORMULA 1 se tratassem, ( Filipe Massa, Lewis Hamilton, etc)
Quanto mais passageiros empilhados , mais lugar surge, até parece que os assentos são invisíveis. “ há espaço ai atrás , vamos lá pah,  quem não quer pode descer” diz o cobrador.  Ensardinhados, pisados, roubados, humilhados, abusados e num olhar impávido contra os passageiros vêm moedas de 5mt que lhes enche a algibeira a cada dia que passa, e cada dia que se vai são vidas que se vão para outras vidas.
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publicado por Revista Literatas às 09:28 | link | comentar

A Revista Literatas

é um projeto:

 

Associação Movimento Literário Kuphaluxa

 

Dizer, fazer e sentir 

a Literatura

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