Segunda-feira, 28.02.11

PASSEAR

De: Pedro Du Bois -Brasil

Do fim do mundo
           - a rua –
           vejo traçados
           os limites do passeio
           na distância necessária
           à passagem do corpo

- o transitar no espaço
                    esvaziado –

na concretização
do traço: coberto em pedras
               na massa
               cimentada
               o passeio se oferece
               ao corpo: estanca
                               a passagem.
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Sábado, 26.02.11

Fazedores de cultura participam na elaboração do novo regulamentos de espectáculos


Artistas, produtores, empresários e outros fazedores da cultura, reuniram-se em mesa redonda com o Ministério da Cultura, para discutir o preponente para a revisão do actual Regulamento de Espectáculos e Divertimentos Públicos, na última semana em Maputo.


 Por Eduaro Quive

O encontro visou, essencialmente, debater os 43 artigos que compõem a referida proposta de leis que vai comandar e organizar a evolução da industria cultural nacional, tendo o mesmo acontecido num ambiente aberto de análise e discussão do regulamento, o qual traz muitas inovações atinentes ao desenvolvimento e valorização das artes e cultura moçambicanas.

Na mesma ocasião, o ministro da Cultura, Armando Artur, disse ser este o princípio de uma nova era para a cultura nacional, sendo que constitui este fim, uma meta para mudar o rumo que as artes tem tomado e renovar as expectativas dos seus fazedores, acrescentando o grau de sustentabilidade.
Armando Artur, acrescentou que o seu ministério, move esta acção pensando sobre tudo na vida do artista e nas facilidades que este deve ter para o conforto, nas suas actividades, daí ter reunidos com os mesmos, de modo que novo regulamento, seja a reflexão dos interesses dos artistas.

Já os artistas que falaram a nossa equipe de reportagem, defenderam que a renovação das leis é essencial para libertar os artistas e deixar a arte crescer dentro das normas ao nível do tempo em que vivemos.
Por outro lado, enalteceram o feito do ministério que pela primeira vez, um titular da pasta da cultura se reuniu com sigo, “sentimo-nos valorizados”. Disse Aly Faque.

A revisão começa pela procura da abrangência da própria definição, trazendo novos conceitos que reflectem a actual dinâmica e conjectura do país. Define espectáculos e divertimento público todas as actividades de entretenimento, recreação e lazer, representação ou exibição perante espectadores de uma obra (dramática, dramático-musical, coreográfica, pantomímica), exposições de artes e artesanato em espaços públicos.
Incluiu igualmente o desfile de moda e de beleza, lançamento de fogo-de-artifício, divertimentos mecanizados eléctricos, electrónicos ou manuais, bailes, audições musicais ao vivo ou por aparelhos, literatura (recital), circo, luna-parque, carnaval ou outras representações.
Da lista constam ainda execuções e diversões por meio de ficção dramática, canto, dança e música.
O novo regulamento abrange espectáculos e divertimentos públicos realizados nos recintos e lugares públicos e privados, designadamente teatros, cineteatros, salas de concertos, praças públicas, estádios, pavilhões, espaços abertos, avenidas, discotecas, boites, clubes nocturnos, cabarés, dancings, casas de pasto, de cultura, clubes, centros e salões culturais, espaços de confecções religiosas e outros similares.

Refira-se que nesta segunda-feira, o Ministério da Cultura, convidou novamente os diversos intervenientes no panorama artístico cultural do país, a tomarem parte duma reunião, a realizar-se, igualmente, na sala de reuniões do Ministério da Educação.
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Homenagem ao “poeta vacabundo”


De Eduardo Quive

É UM poeta pós-modernista. A sua poesia é epigrámica. Ou seja, compacta. Também é um poeta discreto. Nunca grita para que o vejam. Ou o oiçam. Não se preocupa com as pessoas que o reconhecem ou deixam de o reconhecer. Porque ele próprio sabe que é um poeta. Um poeta predestinado. Nunca se vai querer ser poeta, segundo suas palavras. ...Um poeta é. Amin Nordine publicou três obras que passaram mais ou menos despercebidas. Mas elas transportam uma grande carga de sabedoria. E um dia as pessoas vão entendê-las. São elas Vagabundo Desgraçado, Duas Quadras para Rosa Xicuachula e Do Lado da Ala-B. Agora tem Soladas, título com o qual concorreu para o prémio Muncipal/2007. E ganhou. Ele diz que o mundo do poeta e tão hipotético e subjectivo que prefere ficar calado para não abalar a fé que transporta consigo. Ele é um misto caneco, que os amigos chamam, a brincar, de mudjinthi, ou mujahidine. Mas o poeta diverte-se com isso e diz: “sou um preto de cabelos desfrisados. Minha mãe tinha um salão de cabeleireiro no ventre dela”. E numa situação destas, não podíamos perder a oportunidade de entrevistar este poeta da compactação. (entrevista de Alexandre Chaúque, no jornal Notícias no ano 2007)
Descrever Amim Nordine, é mesmo um mito por si mesmo, mas o Movimento Literário Kuphaluxa, o fez com supremacia, na noite da última sexta-feira no Centro Cultural Brasil-Moçambique em Maputo, para chorar a Morte do poeta e jornalista cultural dos melhores no país, falecido no dia cinco de Fevereiro do corrente ano.
Para escritores, jornalistas e literatas presentes, Amim, era um louco, vacabundo e desgraçado mas pela arte, tudo pelo amor a literatura e pela concretização do que o mesmo artista dizia sobre sí, “operário da Poesia”.
“Nós últimos tempos da sua vida Amim Nordine, era um crítico de tudo e todos, a cada edição do jornal Zambeze, na sua coluna Harpas e Farpas, sempre tinha um alvo a abater, entegou-se exageradamente, ao sigarro e ao álcool, coisas que o levaram a eterna vida” disse Bitonga Blues, Alexandre Chaúque, seu amigo e também jornalista cultural, com caris para discrever, tal como Amim, tudo e todos.
Pouco conhecido pelos moçambicanos, poeta controverso que não se deixava comprar pela vaidade e nem tão pouco pela desgraça, morreu operário das letras que o seguiram durante a vida.
Presenciaram a homenagem, os escritores, Aurélio Furdela, Pedro Chissano, Calane da Silva, também director do Centro Cultural Brasil-Moçambique, entre outros novatos na arte da escrita.
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publicado por Revista Literatas às 02:07 | link | comentar
Segunda-feira, 21.02.11

VOZES

Pedro Du Bois - Itapema-Brasil
Sendo apenas
a voz
no discurso
incompleto

engloba verbos
              substantivados: às vozes
                                        cabem sons
                                        exemplificados

                     (não atos
                      concretados)

a voz sobre
          a aversão aos fatos.
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publicado por Revista Literatas às 07:31 | link | comentar | ver comentários (1)
Domingo, 20.02.11

Homenagem ao poeta-mor que nasceu três vezes

Por Eduardo Quive

Associação dos Escritores Moçambicanos (AEMO) reservou a noite da última sexta-feira para uma conversa sobre o poeta-mor, até então, o maior da poesia em Moçambique e o primeiro autor africano galardoado com o prémio Camões em 1991.

José Craveirinha, Mário Vieira, J.C., J. Cravo, José Cravo, Jesuíno Cravo ou Abílio Cossa, seja como for, o poeta da luta, nasceu várias vezes como o diz na sua autobiografia.
“Nasci a primeira vez em 28 de Maio de 1922. Isto num domingo. Chamaram-me Sontinho, diminutivo de Sonto. Isto por parte da minha mãe, claro. Por parte do meu pai, fiquei José. Aonde? Na Av. Do Zihlahla, entre o Alto Maé e como quem vai para o Xipamanine. Bairros de quem? Bairros de pobres.
Nasci a segunda vez quando me fizeram descobrir que era mulato…
A seguir, fui nascendo à medida das circunstâncias impostas pelos outros.
Quando o meu pai foi de vez, tive outro pai: seu irmão. E a partir de cada nascimento, eu tinha a felicidade de ver um problema a menos e um dilema a mais. Por isso, muito cedo, a terra natal em termos de Pátria e de opção. Quando a minha mãe foi de vez, outra mãe: Moçambique. A opção por causa do meu pai branco e da minha mãe preta.
Nasci ainda outra vez no jornal O Brado Africano. No mesmo em que também nasceram Rui de Noronha e Noémia de Sousa.
Muito desporto marcou-me o corpo e o espírito. Esforço, competição, vitória e derrota, sacrifício até à exaustão. Temperado por tudo isso.
Talvez por causa do meu pai, mais agnóstico do que ateu. Talvez por causa do meu pai, encontrando no Amor a sublimação de tudo. Mesmo da Pátria. Ou antes: principalmente da Pátria. Por parte de minha mãe, só resignação. Uma luta incessante comigo próprio. Autodidacta. Minha grande aventura: ser pai. Depois, eu casado. Mas casado quando quis. E como quis.
Escrever poemas, o meu refúgio, o meu País também. Uma necessidade angustiosa e urgente de ser cidadão desse País, muitas vezes, altas horas a noite.” Leia Mais...
Para falar do poeta, Gilberto Matusse, não poupou palavras e argumentos, tendo o considerado, um homem que nunca se sentia satisfeito com o seu próprio trabalho, sempre acreditou que podia ser melhor.
A sua poesia objectiva, marca a diferença e a controversa do Craveirinha, quebrando todas as regras, onde a geralmente, a poesia é conhecida como a seguidora da subjectividade, sendo objectiva a narrativa.
Outros poetas, até chegaram a falar do Amim Nordine (Poeta, declamador e um dos maiores jornalistas culturais de Moçambique nos últimos tempos, falecido no dia cinco de Fevereiro do corrente ano e enterrado no mesmo dia no cemitério de Lhanguene, sem que o país soubesse do acontecimento), outro homem que se dizia operário da poesia.
Foi dito ainda naquela noite, que as pessoas que sentem a liberdade têm as palavras, exemplo de Amim Nordine e José Craveirinha.
O evento contou ainda com a presença dos familiares do poeta, Casa Museu Craveirinha, entre outros artistas.

Livros publicados
Em termos bibliográficos, o escritor fora um dos escritores moçambicanos, com mais livros lançados, completando seis edições muitas vezes reeditadas, como o caso do Nkaringana wa Nkaringana (era uma vez), Xigubo (batuque) e Maria, para além de ter tido as suas obras traduzidas para várias línguas extrangeiras como Francês, Italiano e Russo, nestas duas últimas línguas, lançou Cantico a un dio di Catrame e Izbranoe.
Portanto, falar de Craveirinha, é falar de um negro “mulato” que tinha muita expressão na literatura internacional, e um ícone da literatura em Moçambique e no continente negro. Homem que inspira a juventude actual e com certeza, com a imortalização do seu legado, muitas gerações vão se espelhar neste operário da poesia, analfabeto e autodidacta.

Prémios arrecadados

Quanto a isso, se pode dizer que José Craveirinha foi um literata com mérito reconhecido e exibidamente explícito na sociedade.
Primeiro venceu o Prémio Cidade de Lourenço Marques em 1959, de seguida mereceu o Prémio Reinaldo Ferreira do Centro de Arte e Cultura da Beira em 1961, buscou o Prémio de Ensaio do Centro de Arte e Cultura da Beira 1961, seguiu com o Prémio Alexandre Dáskalos da Casa dos Estudantes do Império, Lisboa, Portugal no ano seguinte, Prémio Nacional de Poesia de Itália em 1975, Prémio Lotus da Associação de Escritores Afro-Asiáticos em 1983, Medalha Nachingwea do Governo de Moçambique em 1985, Medalha de Mérito da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, Brasil em 1987 e Prémio Camões em 1991.
Craveirinha, foi portanto, um colecionador de títulos e símbulos com niguém ainda, na estória da arte de leitura e escrita em Moçambique, posicionando entre os melhores de sempre em África, para além de ter ganho, igualmente, o destaque de ser o melhor da última década, mesmo ter morrido nos seus princípios, isto é a seis de Fevereiro de 2003.

Craveirinha de Mafalala
Tal como muitos heróis e homens de grande prestígio na história moçambicana, José Craveirinha, era pobre, e sobrevivente da “Babilónia”, nome que se dá a zonas pobres.
Neste bairro mítico, nasceu e viveu para além de Craveirinha, expoente máximo da poesia Moçambicana. Neste bairro nasceu e aprendeu a jogar futebol, Eusébio da Silva Ferreira, exímio ponta de lança que actuou no Benfica de Portugal bem como na selecção de Portugal. Samora Machel, Joaquim Chissano e Pascoal Mucumbi, Ex-presidentes e primeiro-ministro de Moçambique, respectivamente, viveram algum tempo neste Bairro mítico dos arredores da cidade de Maputo.

Breve biografia
Craveirinha (Lourenço Marques, 28 de Maio de 1922 — Maputo, 6 de Fevereiro de 2003) é considerado o poeta maior de Moçambique. Em 1991, tornou-se o primeiro autor africano galardoado com o Prémio Camões, o mais importante prémio literário da língua portuguesa.
Como jornalista, colaborou nos periódicos moçambicanos O Brado Africano, Notícias, Tribuna, Notícias da Tarde, Voz de Moçambique, Notícias da Beira, Diário de Moçambique e Voz Africana.
Utilizou os seguintes pseudónimos: Mário Vieira, J.C., J. Cravo, José Cravo, Jesuíno Cravo e Abílio Cossa. Foi presidente da Associação Africana na década de 1950.
Esteve preso entre 1965 e 1969 por fazer parte de uma célula da 4.ª Região Político-Militar da Frelimo.
Primeiro Presidente da Mesa da Assembleia-geral da Associação dos Escritores Moçambicanos, entre 1982 e 1987.
Craveirinha, era homenageado no âmbito da data da sua morte, que se assinalou, no pretérito seis de Fevereiro.
publicado por Revista Literatas às 07:20 | link | comentar | ver comentários (1)

“Recordações da vovô Marta” reveladas ao público

Por Eduardo Quive

Contadas pelas mãos da Lina Magaia, as “Recordações da vovô Marta” é um livro que resultou de uma conversa entre Marta Mbocota Guebuza e a autora num ambiente informal de troca de conhecimentos e recordações sobre um tempo que passou mas que a vida não levou.
Vovô Marta como orgulhosamente se assume, completa neste 2011, 100 anos de idade, e tal como garantiu o seu filho, Armando Emílio Guebuza, o Presidente da República de Moçambique, a sua lucidez continua inquestionável, aliás, nota-se isso pelas histórias que contou a Lina Magaia e esta, por sua vez, escreveu-as para outras gerações. Leia Mais...
A cerimónia de lançamento do livro “Recordações da vovô Marta” que contou com a presença do Presidente Guebuza e esposa, Maria da Luz, entre outras proeminentes figuras da vida política, económica e social do país, contou com uma especial apresentação de Nelson Saúte, que considera Marta Mbocota, a avô de todos e disse ainda “parabéns vovô Marta pela demanda pelo passado, pela vida e pelo futuro.”
Desde a sua infância passada quase toda ela em Maputo, o seu casamento, o nascimento dos filhos, a passagem por Nampula, o refúgio em Pessene, distrito da Moamba, entre outras memórias estão patentes nesta obra.
O pragmatismo e de generosidade, nascida em Chonguene, província de Gaza, a 11 de Setembro de 1911 e que, aos quatro anos de idade, órfã de pais, viu-se obrigada a viver  junto da família do tio, na então cidade de Lourenço Marques, mais concretamente em Ka Phulana (actual bairro da Polana Caniço).
Lina Magaia, por seu turno, confessou o gosto de conversar com as pessoas mais idosas e com elas percorrer, com olhos de ver, “os andares da sociedade moçambicana”.
Aliás, segundo referiu a escritora no acto do lançamento do livro, a sua vontade é produzir obras que narram histórias e vivências de pessoas mais antigas, sendo que, além da Vovó Marta, tem uma outra obra da Vovó Joana Tembe, mulher que em Janeiro passado completou 110 anos de idade.
Esta é a quarta obra de memórias editada pela JV Editores, sendo que as primeiras  relatam a história da luta de libertação nacional.
publicado por Revista Literatas às 06:43 | link | comentar
Sábado, 19.02.11

Kuphaluxa revitaliza os MSAHOS

De: Kuphaluxa

Uma importante missão que o Movimento Literário Kuphaluxa pretende abraçar, com o primeiro passo a dar no próximo mês de Março, na Feira Internacional de Gastronomia, Flores e Artesanato de Maputo (FEIMA), com a parceria da entidade gestora da instituição, Associação dos Escritores Moçambicanos, Centro Cultural Brasil-Moçambique (AEMO) e editoras nacionais.

Foto no final de um Sarau, com Calane da Silva e Paulina Chiziane
A iniciativa, visa não só resgatar este legado que constitui um marco na estória da identidade cultural de Moçambique e da valorização da literatura, mas também, trazer ideias inspiradas no passado que teve sucesso no lançamento de novos autores, para a sociedade actual.
O Kuphaluxa, pretende reunir a juventude às tardes dos sábados de cada mês, destacando a vida e obra de um escritor nacional em cada evento e particularmente, render uma homenagem ao escritor e ~seu membro honorário, Calane da Silva, grande idealizador e impulsionador deste grande evento, juntamente com o jornalista, já falecido, Gulamo Khan, ambos formavam uma frente de incentivadores de encontros de declamação nos parques e jardins na década de 80.

Nós vamos trazer estes momentos que as recentes gerações não viveram e pretendemos imortalizar este património da arte.

Entretanto, ainda estamos nos aspectos organizacionais do programa, pelo que qualquer entidade, grupos ou individualidades, sejam moçambicanas ou extrangeiras ainda podem juntar-se a nós nesta iniciativa que muito vai promover uma nova geração de autores e literatas.

Contactos para mais informações:

Eduardo Quive - Coordenador do projecto: +258 82 27 17 645 eduardoquive@gmail.com

Nelson Lineu - eventos: +258 82 27 61 184E-mail: kuphaluxa@gmail.com

APOE-NOS A ORGANIZAR, DIVULGAR E PROMOVER OS MSAHOS - TIMBILANDO A ARTE DE ESCREVER.
publicado por Revista Literatas às 02:59 | link | comentar

A Revista Literatas

é um projeto:

 

Associação Movimento Literário Kuphaluxa

 

Dizer, fazer e sentir 

a Literatura

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