Quinta-feira, 12.07.12

Andamos sumidos???

Eduardo Quive

Bem, mesmo a começar o hino das justificações, prefiro começar por diver que não é verdade! Verdade é que estivemos errantes pelos caminhos da escrita, afinal, que mais nos une se não esta arte da loucura, que nos leva sem volta?

Nesta semana que se “celebra” a paragem do nobre escritor colombiano Gabriel García Marquéz, ficamos a saber pela imprensa internacional quie é por motivo de demência senil, coisa que ainda não sabemos exactamente o que é, não é verdade? O facto é que a loucura dos escritores é a escrita, só isso.

Nós somos os tais loucos que estão sempre a vossa procura caros leitores. Ausentes no blog mas sempre presentes na versão por e-mail que enviamos semanlmente.

Mas quem somos nós sozinhos sem aqueles que nos tornam verdadeiramente uma revista? Decidimos voltar.

Aqui é a casa onde nos vamos encontrar para vários debates. Nunca mais será feriado para nós, todos dias, serão dias de trabalho!

Um ano de vida nos fazem querer estar contantemente em vossa companhia. Por isso aqui, sempre estaremos, juntos como nunca.

 

 

Abraços do editor

Eduardo Quive

publicado por Revista Literatas às 16:15 | link | comentar | ver comentários (2)
Terça-feira, 01.11.11

Escrever para extravasar sentimentos através da Poesia

Por Eduardo Quive

 

Fátima Porto

O seu processo de criação não ultrapassa os meus humanos comandados pelos sentimentos, mas o produto final, que é a sua poesia, ultrapassa continentes e forma um horizonte que cujo alcance é sempre o mesmo para o leitor – a insatisfação. Lemos sempre, mas sempre, queremos mais. Na sua poética forma de “extravasar sentimentos”, navega o Atlântico que banha os trópicos da África, negra terra que a viu nascer, mas neste mesmo oceano, embrulha-se um outro continente que a acolhe temporariamente, como declara nesta entrevista. Aliás, segundo ela, na sua poesia, podemos encontrar o grito de saudades da mãe África “quem os ler, vê a saudade, a tristeza, a dor, até mesmo a revolta de ter visto os seus filhos partirem… “Mas havemos de voltar!”, já assim dizia Alda Lara!” é bancária de profissão e Portugal a acolhe desde a tenra idade, mas o seu berço, é aquele que é da humanidade – África, mais concretamente, em Angola, terra de Pepetela e Agualusa, exímios escritores dos tempos de hoje. Quem sabe ela também será! … Falo-vos de uma mulher que ostenta o nome de Fátima Porto.

   

 

Eduardo Quive: Que espaço ocupa a literatura na sua vida?

Fátima Porto: A literatura tem um espaço muito importante, desde a leitura de obras de autores nacionais e internacionais, como até a minha própria escrita.

 

Eduardo Quive: O que a leva a escrever?

Fátima Porto: Extravasar todos os meus sentimentos, sejam eles de dor, alegria, até mesmo de Amor.   

 

Eduardo Quive: Quando é que escreve?

Fátima Porto: Sempre que sinto necessidade para tal, o que posso mesmo dizer, que é uma constante diária.

 

 

Eduardo Quive: A quanto tempo escreve?

Fátima Porto: Desde muito cedo que comecei a escrever, desde pensamentos poéticos a pequenos textos poéticos que mais tarde se transformariam na minha grande paixão literária.

 

Eduardo Quive: Que passos obedece o seu processo de criação?

Fátima Porto: Essencialmente a minha vivência do quotidiano; por vezes uma fotografia pode traduzir em mim, a essência “forte” para “entrar” dentro do contexto e transformar em letras tudo aquilo que sinto.

 

publicado por Revista Literatas às 11:09 | link | comentar | ver comentários (3)

“Cidade de Quelimane está enterrada”

- escritor e psicólogo Élio Martins Mudender justifica o título da sua obra "A Cidade Subterrânea"


Por Eduardo Quive


“A Cidade Subterrânea”, título de um livro publicado há dias em Maputo, tem como palco a cidade Quelimane. Aliás, segundo o autor, Élio Martins Mudender, Quelimane é “A Cidade Subeterrânea” retratada nesta obra, que trás revelações sobre vários problemas sociais, pois, “há muitos problemas de desemprego, habitação, muitos quadros naturais de Quelimane querem regressar à cidade, mas não há condições, acabando por regressar à capital, ou rumam para outros cantos do País a procura de melhores condições de vida, que lá não é possível encontrar, e isto faz com que eu me refira a uma cidade que está enterrada”. Mudender que é também psicólogo e natural de Quelimane, alongou a sua viagem, revelou em exclusivo nesta entrevista que, não é ele a personagem principal do livro, como se pensa, mas que na sua literária abordagem, despe o que sente pelas terras que lhe viram a nascer. “Eram pessoas a reclamar por tudo e por nada. É a miséria de um povo. Isso é verdade. Quer dizer, sem comentários, porque é de facto uma verdade: há muita fome, há miséria, e isso cria muita dor e nostalgia que quando a pessoa chega lá, sente que de facto está mal. ”

 

Como é que surge o título “A Cidade Subterrânea”?

 

- É “A Cidade Subterrânea”, pois, na minha opinião a cidade de Quelimane está a viver uma situação que me leva a acreditar que está enterrada, no sentido em que muitas coisas que por lá acontecem, sujeitam-na a uma situação de pôr em causa o desenvolvimento da sociedade e do bem estar do povo zambeziano. Mas não só o povo desta região, é uma maneira metafórica de fazer uma apreciação sobre a situação duma cidade que está num nível de desenvolvimento muito péssimo, o que pode não ser só Quelimane, podemos encontrar a mesma situação em qualquer outra cidade no mundo.

Portanto, é uma metáfora para referir toda aquela cidade, todo aquele povo, que pela ironia do destino ou pelas condições sociopolíticas, culturais e toda essa dinâmica, faz com que o seu desenvolvimento esteja parado.

Se formos para a própria cidade de Quelimane, há muitos problemas de desemprego, habitação, muitos quadros querem regressar à cidade, mas não há condições, acabam voltando a capital ou rumam para outros cantos do País a procura de melhores condições de vida, que lá não é possível encontrar. Isto faz com que eu me refira a uma cidade que está enterrada.

 

publicado por Revista Literatas às 10:33 | link | comentar | ver comentários (2)

Dos Frutos do Amor e Desamores até à Partida de Adelino Timóteo: Amor e Utopia

Por Lucílio Manjate

 Capa do livro de Adelino Timóteo

  1. 1.    Dos frutos do amor

“Tudo que sei dizer-te é que és nua:

E lenta a flor, como o Sol, eis que de múltiplas formas te desabrochas em mim: as tuas mãos de vidro, lentas, os teus lábios húmidos, quentes, à forma como me beijam. Caída chegas-me pelo corpo, pela alma. És lenta, e nua explodes, como uma mina aberta à memória. És alta como pólen, a doce lentidão como me chegas, vagarosa pela boca, a vocação com que o fazes: lenta no beijo, até ao tutano, lenta às carícias, até às trompas de falópio. Tua a lentidão uma fonte de água, sem rumor, incessante. Tua a vertigem, repetitiva como me chegas, quente, suave, febril.” – p. 11

Ao apresentar a nova obra de Adelino Timóteo, gostaria de destacar dois signos de enunciação poética que me parecem representar os fundamentais núcleos semânticos da obra. Primeiro, o da identificação irónica do “eu” poético em relação à entidade que interpela. Segundo, o facto de essa identificação ser co-referencial em relação à “nudez”, palavra-tema que ao longo da obra ora é dessacralizada ora sacralizada.

As noções de “identidade” e “identificação” são recorrentes nos estudos literários e culturais. A noção de “identidade” é, muitas vezes, entendida em primeiro grau, como aquela que é cunhada a partir de dados empiricamente verificáveis, como a cor da pele, o sexo, atc. Em segundo grau, a palavra “identidade” remete-nos para uma construção simbólica no próprio processo de sua determinação; trata-se de uma entidade que não se concretiza em função de um único referente empírico, mas de vários, num processo reflexivo que possui uma dimensão de exterioridade. Nessa aceitação do que é exterior, um Eu não nega um Outro, pelo contrário, aceita que a sua “personalidade” é forjada na tensão entre dois olhares, o seu e o do Outro.[1] Há-de ser por causa desta relação dialéctica entre o interior e o exterior que Derrida afirma que “Uma identidade nunca é dada, recebida ou atingida: só permanece o processo interminável, indefinidamente fantasmático da identificação”.[2] Hoje sabemos que o sexo já não identifica nem homem nem mulher. Hoje percebemos que somente o diálogo, a abertura para o Outro, permite perceber que interagirmos com homens que na verdade são mulheres ou mulheres que na verdade são homens, ou ainda homens e mulheres que nem são homens nem são mulheres. Ora este diálogo não é identidade, mas identificação.

O livro que Adelino Timóteo hoje nos apresenta é composto por dois momentos. O primeiro momento, Dos Frutos do Amor; o segundo, Desamores até à Partida. A obra é uma interpelação ao leitor, mas uma interpelação em segundo grau, momento em que deixamos de identificar na obra o tema do amor canal – como veremos – e passamos a interlocutores de um processo de identificação que tem como mote esse tema do amor sexual.

Na primeira parte do livro, Dos Frutos do Amor, ao interpelar a entidade a quem se dirige, ironicamente o “eu” poético identifica-se: “Tudo que sei dizer-te é que és nua … Caída chegas-me pelo corpo, pela alma.”

Não será tudo o que sabemos dizer a soma das experiencias sensoriais, a síntese do que ouvimos, do que vemos, do que sentimos, do que cheiramos, do que provamos? E Não será esta síntese, portanto, o universo metaforizado na palavra “Tudo” que “eu” poético diz?

Se assim for, o “eu” poético do Adelino Timóteo diz o seu universo sensorial ao mesmo tempo que o interpela. “Tudo que sei dizer-te é que és nua… Caída chegas-me pelo corpo, pela alma.”. Tudo que sabe dizer, ou seja, tudo o que ouve, vê, sente, cheira, prova, é nu. A “nudez” há-de ser, portanto, o núcleo habitacional da enunciação poética desta obra.

 A interpelação que o “eu” poético faz à entidade a quem se dirige inaugura uma relação de identificação que o autor dá o nome de Amor, talvez porque acredita que todos nós sabemos – ou pensamos saber – o que essa palavra significa. Mas, de facto, o Amor aqui é apenas exemplo dessa relação superior. Não se trata de uma relação de amor, desse amor que povoa o nosso imaginário, apesar de o “eu” poético interpelar uma mulher, fonte desses sentidos que lhe chegam pelo corpo, pela alma. É mais uma relação de identificação que tem no imaginário que construímos sobre o Amor a sua metáfora. É a partir dessa metáfora do Amor, de um “eu” poético que se afirma em função de um Outro concretizado e poetizado, que Adelino nos convida ao entendimento do conceito de identificação como tema superior do seu livro, uma espécie de arquétipo de todas as relações. Para tal, o poeta serve-se, estrategicamente, da “nudez”, e de um imaginário que associa a nudez à disposição sexual, como confirmam as ilustrações feitas à obra, de Silvério Sitoe: “Tudo que sei dizer é que és nua … Caída chegas-me pelo corpo, pela alma.”.

“Posso escrever-te a tua húmida flor, a rosa côncava, carnosa, em seu fundo negro sem fim: A tua flor é a língua do fogo, a borda alongada das pétalas, o fio volátil em meus lábios. Chega-me lenta pelo pavio, no mar sem fim dos meus lábios, na água sem fim das palavras, onde cada gesto teu se repete como um refrão, com graça. Posso escrever-te a tua flor: aberta como uma asa és lenta, lenta que me fazes vibrar. E tu és feita de silêncios, de telegramas que se me chegam pelos teus beijos, cartas e telexes que me chegam pela ponta da língua, às digitais, esmerada no que te encarregas pela tua boca. Posso escrever-te a tua flor: trazes-me aos lábios os fios de uma aranha tecedeira, a lentidão da abelha e o mel num cântico com que transcendes à lua, a Marte venial, divinal.” – p. 12

De facto, a nudez é o signo que Adelino Timóteo elegeu para celebrar o amor carnal. Com efeito, as imagens eróticas desfilam, gradativas e lentas, num filão descritivo desse desejo sexual que se vai celebrando e cujo êxtase encontra na voluptuosidade da palavra, na expressão libidinosa que progride sempre lenta pelo corpo nu da mulher, a sua representação suprema.

Parece-me que a primeira parte deste livro diz respeito a esta celebração. A celebração do universo-mulher, da mulher nua, ao qual o sujeito poético irremediavelmente se entrega, porque somente assim se define, nu. Mas aqui o perigo, o de pensarmos que Adelino Timóteo apresenta-nos poemas eróticos. O erotismo nestes versos não é um fim em si mesmo, mas um ponto de chegada que tem no conceito de identificação o ponto de partida, onde ou quando precisamos ser Outro para sermos Nós. É o ideal da fusão de todos os sentidos.

Ora Adelino Timóteo confunde-nos exactamente ao apresentar essa relação como sexual. Na verdade, o poeta acaba dessacralizando esse amor feito de carne, como quando queremos “fazer amor”, ou mesmo quando não queremos. Ora o acto de dessacralização é também um acto de sacralização. E sacralizar é tornar sublime. E sublime é esta entrega do “eu” poético à essa imagem da mulher nua que se torna o seu universo. Por isso é que o conceito de identificaçãoem Adelino Timóteo é um espaço sublime e uma vocação a ser seguida, a vocação de sermos a totalidade de um Outro para sermos Nós. Uma vocação que nos coloca na eminência de sucumbirmos se o Outro, que faz de Nós o que somos, deixar de existir, como acontece na segunda parte do livro – Desamores até à Partida.

  1. 2.      Desamores até à Partida

Adelino Timóteo

“Eras lenta, amorosa, para lá do limite da paciência. Como uma sinfonia dos oboés, ritual me acariciavas que não te fartavas, delicada que me alongavas os bornais, firme a saliva pela língua. … Aquele amor cândido. Aquelas amoras dóceis. Era só uma lembrança, pois então quebraram-se as asas e nenhum de nós os dois voa. E o silêncio a si se interpela. Já não é. E sempre era de noite quando volvia aos teus prumos. E a pergunta com que o silencio se me interpela se cristalizará com o tempo. Eis mais este presente dilacerado que nos sobrou. Delicada a chuva sobre a celha dos rostos até à partida.” – p. 46

Obviamente que já não se trata aqui dessa fusão de sentidos a que o “eu” poético recorre para se definir. Mas aqui percebe-se que a tese que Adelino Timóteo formula na primeira parte do seu livro é a de que a abnegação, pura e verdadeira, natural e sincera, a que nos votamos quando amamos carnalmente ou sexualmente é a manifestação da noção de identificação enquanto arquétipo a ser realizado, utopia a alcançar, pois agora lembramo-nos de que palavra “nudez” denota também os sentidos simplicidade, singeleza, verdadeiro, sincero, natural. O desamor que se regista na segunda parte da obra reforça esta ideia, a identificação como processo de construção identitária exige de nós essa nudez que teimosamente camuflamos. Tal como quando fazemos amor, nascemos todos nus. E o que há de comum entre fazer amor e estar nu é o encontro com o universo. Ou seja, o universo do Homem nunca deixou de ser a nudez. Conceber a nudez como ponto de encontro, de naturalidade, de sinceridade, de verdade e pureza, e assim, olharmo-nos sempre nus, ainda que vestidos, seria a mais genuína, a mais sublima expressão de identificação, onde e quando somos todos iguais, ainda que diferentes.



[1] Bernd, Zilá. Literatura e Identidade nacional. 2 ed. Porto Alegre: UFRGS, 2005.

[2] Citado por Zilá Bernd.

publicado por Revista Literatas às 09:56 | link | comentar
Quarta-feira, 12.10.11

Tudo e mais um pouco sobre Valdeck Almeida de Jesus

Eduardo Quive

 

 

Valdeck Almeida de Jesus, um escritor, um jornalista que também serve o estado – funcionário público. Conhecido como exaltador da verdade pelos que tem coragem de viajar pelas suas obras. Falei medo e pode-se pensar que escreve coisas assustadoras, e pode até ser verdade, mas se considerarmos que ele fala de factos verídicos do quotidiano “Heartache Poems”, ”Yes, I am gay. So, what? – Alice in Wonderland” obra em que nesta entrevista o escritor chega a dizer que dentre vários assuntos, o autor faz revelações pessoais “Apaixonei-me por muitas pessoas. Desde a professora ao vizinho que nunca soube de minha admiração por ele.”

Por outro lado, Valdeck assusta a própria história da sua vida, contada em  “Memorial do Inferno. A Saga da Família Almeida no Jardim do Éden” – “Tanto mostro as coisas boas, quanto as ruins. Nasci em Jequié-BA, onde passei muita fome e comi coisa do lixo. Não tive brinquedos, não tive uma casa própria, não tive acesso a uma educação e serviço de saúde mínimos.” Pois é, estamos perante, um escritor de longas viagens da vida transmitidas em jeito de boa literatura.

 

 

 

Valdeck fale-nos do mistério que norteia o seu primeiro livro (corrija-me se estiver errado) o “Heartache Poems. A Brazilian Gay Man Coming Out from the Closet”? trata-se de alguma revelação de alguma orientação sexual do autor?

 

Bem, os poemas são feitos tanto para homens quanto para mulheres e foram criados na minha adolescência, numa fase em que muitos jovens estão em busca de respostas para muitas questões da vida. Apaixonei-me por muitas pessoas. Desde a professora ao vizinho que nunca soube de minha admiração por ele. Todas as reflexões sobre estes sentimentos foram traduzidas em poesias, as quais eu paguei para traduzir e publiquei nesta obra.

 

Heartache Poems” é um livro-confissão e ao mesmo tempo composto de poemas fantasias, as mesmas fantasias que povoavam minha mente, sobre sexualidade, posicionamentos políticos, incerteza do futuro, aspirações de trabalho etc.

 

publicado por Revista Literatas às 15:33 | link | comentar | ver comentários (49)

Muitas todas Palavras

Carta de leitor sobre o livro “A Cidade Subterrânea” de Élio Mudender

 

Japone Arijuane - Maputo

 

 

“O meu grande sonho é libertar esta terra da boca dos predadores...

Elevar bem alto o nome de Moçam­bique.

Içar a bandeira e voar além-mar”

Pag.67, in “A cidade Subterrânea”: Élio M. Mudender

 

A Cidade Subterrânea é, sem dúvida alguma, um dos maiores livros lançado em Moçambique na era contemporânea. A irreverência subversiva de como são tratados os factos, fazem desta obra uma obra no sentido nobre da criatividade humana, este “Romance” consegue transmitir o sentimento de revolta no espinho da flor da pele, que certamente contagia o leitor: a rebelião frustrada, a oportunidade fracassada. Revela-se na construção do enredo, algo que até certo ponto põe em causa a questão do belo literário, mas que vai culminar com objectivo-mor do autor, denunciar os males e a corrupção da camada política (Frelimo) que rege as regras no espaço onde a narrativa decorre (Quelimane).

 

publicado por Revista Literatas às 15:24 | link | comentar

Os melhores poetas portugueses contemporâneos

Adelto Gonçalves - Brasil

Foto: Jornal Opção

 

 

Lançada como apoio do Instituto Camões, do Instituto Por­tuguês do Livro e das Bibliotecas e do Ministério da Cultura, “Poesia Portuguesa Contemporânea” reúne produções de 26 poetas portugueses que se destacaram ao longo do século XX. Organizado pelo professor Vadim Kopyl, diretor do Centro Lusó­fono Camões da Universidade Estatal Pedagógica Hertzen, de São Petersburgo, o livro traz esclarecedor prefácio de Fernando Pinto do Amaral (1960), além de alguns poemas de sua própria autoria. Os poemas foram vertidos para o russo por tradutores do Centro Lusófono Camões com participação de Helena Gol­ubeva (como tradutora-tutora).

Não se pode dizer que esses 26 poetas são os mais representati­vos da poesia portuguesa de hoje, até porque esse tipo de aval­iação varia bastante e é susceptível de alteração, dependendo do gosto pessoal do avaliador, mas, seja como for, é inegável que todos são reconhecidos pelos críticos mais acreditados e ocupam lugar cativo nos cânones universitários de estudos de Literatura Portuguesa em Portugal e no Brasil. Muitos deles ainda estão em franca atividade, com suas obras em progresso, sob a influência dos acontecimentos deste século XXI.

Entre aqueles que ainda estavam vivos quando esta antologia foi organizada destacam-se Sophia de Mello Breyner Andresen (1919-2004) e Eugénio de Andrade (1923-2005), que estrearam na década de 1940 e praticaram uma poesia marcada pela independência em relação aos grupos que dominaram a cena literária até os anos de 1970, ou seja, o neo-realismo, o sur­realismo, o experimentalismo e outros movimentos derivados do Modernismo.

 

publicado por Revista Literatas às 14:52 | link | comentar

A Revista Literatas

é um projeto:

 

Associação Movimento Literário Kuphaluxa

 

Dizer, fazer e sentir 

a Literatura

Julho 2012

D
S
T
Q
Q
S
S
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31

pesquisar neste blog

 

posts recentes

subscrever feeds

últ. comentários

Posts mais comentados

tags

favoritos

arquivo

blogs SAPO